Em Itabuna principalmente na rua F, no bairro Nova Itabuna. Água cristalina, pescadores retirando do riacho parte do sustento da família, meninos e meninos se banhando nos finais de tarde, animais encontrados com facilidade na beira do riacho e criação de aves.
Esse era o cenário, na década de 90, nos sítios que são vizinhos à Itabuna Têxtil Ltda (Trifil). Segundo os moradores, foi exatamente a implantação da fábrica da Trifil no bairro Campo Formoso, vizinho ao Nova Itabuna, no final da década de 90, que iniciou uma série de prejuízos.
Proprietários dos sítios reclamam que a empresa, sem autorização, fez intervenções no riacho e passou a jogar o esgoto sem tratamento nele, como já denunciado por A Região.
Os moradores acusam a empresa de não fazer o tratamento da água usada na fábrica e afirmam que os prejuízos começaram na construção. Muitas casas estão com rachaduras nas paredes, que teriam sido causadas pela dinamite usada no desvio do riacho.
“Só minutos antes das explosões os responsáveis pelo desvio do riacho mandavam que saíssemos”, contra Adalgisa Araújo dos Santos. A idosa conta que mora no local há 46 anos e perdeu 300 metros de seu sítio com as intervenções promovidas pela Trifil.
Hoje ela paga IPTU para a prefeitura como se fosse proprietária de uma área de 1.200 metros quadrados. Mas esse não é o seu único prejuízo. As paredes de casa estão cheias de rachaduras.
Terra perdida
A poucos metros da casa de dona Adalgisa fica o sítio de João Dias Magalhães, que se queixa da perda da tranquilidade e 600 metros de área com o desvio do riacho pela empresa.
“Fiquei algum tempo pensando que não valeria a pena essa briga com uma empresa tão rica, mas acabei convencido de que morrer calado seria pior. Decidir lutar pelo que é meu”.
Não faltam histórias tristes de moradores dos sítios vizinhos à fábrica. Genilda Oliveira Santos diz que, além de perder parte do sítio, viu suas galinhas e gansos morrerem por causa da água poluída. “Em alguns períodos o odor é tão forte que meu marido sente dor de cabeça, febre e faz vomito”.
O marido de Genilda é portador de deficiência e é no verão que ele mais sofre, “porque a fedentina fica insuportável. Ele fica de cama e às vezes temos que correr para o médico. Esse riacho virou um grande drama nas nossas vidas”. Ela ainda teve 120 metros de terreno invadidos pela Trifil.
Genilda afirma que o drama familiar se estende a uma irmã que é proprietária de um sítio ao lado do seu. “Ela perdeu um bom pedaço do sítio. Mas a preocupação maior são meus sobrinhos, que quase sempre estão doentes. Todos nós pagamos muito caro com essa fábrica como vizinha”.
Inundações
Não são só os moradores dos sítios se queixando de prejuízos. Moradora do bairro Nova Itabuna há mais de 15 anos, a comerciária Ana Vilma dos Santos ainda lamenta os prejuízos que teve no início do ano. A água suja transbordou e invadiu sua casa, que fica em uma área mais baixa.
A cinco metros de Vilma, a aposentada Isabel Nascimento foi salva por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Já o drama do morador Juvêncio Quinto dos Santos foi ter parte do barraco arrastado pela água do riacho.
“A enchente ocorreu porque a prefeitura, ao invés de ponte, colocou manilhas no riacho”.
Elas ficaram entupidas com a grande quantidade de lixo e a água invadiu dezenas de casas e barracos. “Nunca tinha vivido uma situação tão desesperadora. Fiquei no prejuízo, mas a destruição foi ainda maior na casa da minha filha. Ela perdeu tudo. Não tivemos a quem recorrer”, conta Isabel.
Juvêncio Quinto fica emocionado quando lembra que um dia pescou no riacho de água cristalina e lamenta de, nos últimos anos, ter visto animais morrendo minutos depois de beber a água. “Eu mesmo já perdi bezerros”.
Antônio Carlos Soares dos Santos afirma que é muito triste saber que os seus filhos estão entre os que mais sofrem por causa do mau cheiro dos dejetos liberados pela Trifil. “Já ficaram internados com febre tifoide. Quase sempre eles ficam doentes”.
Segundo os moradores, diversas queixas foram encaminhadas para os órgãos de fiscalização municipal, estadual e federal, mas nada foi feito. Eles também já recorreram ao Ministério Público Estadual (MPE) e nada mudou.
Uma das denúncias foi feita no dia 28 de agosto de 2008 ao Ibama, em Ilhéus, recebida pela técnica administrativo Joselita Vilas Boas Maia. Na primeira foto, Magalhães, Quinto e Adalgisa. Na segunda, as manilhas.
Espaço para denúncias, devaneios, reflexões, desabafos, dicas culturais e outras coisas mais.
domingo, 2 de outubro de 2011
Ilhéus faz projeto de coleta seletiva
Prossegue em Ilhéus a campanha de coleta seletiva que tem entre as principais ações a coleta de embalagens longa vida (tetra pak), para doar à Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ilhéus (Coolimpa).
Através de uma parceria, a Tetra Pak vai trocar as embalagens por telhas feitas do mesmo material. As telhas serão direcionadas ao galpão de recepção e triagem de materiais recicláveis da cooperativa, que está sendo construído no Aterro Sanitário do Itariri.
A campanha foi lançada do bairro Hernani Sá, na semana passada, e abrange toda a zona sul. As escolas contam com um recipiente de depósito para as embalagens, assim como a sede da Associação de Moradores do bairro Hernani Sá.
“O importante é higienizar as embalagens e entregar num dos pontos de coleta”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Harildon Machado. O presidente da entidade, Odaílson Lélis, conta que as escolas têm recebido material informativo sobre a coleta.
Além do apoio à Coolimpa, a iniciativa vai ter um programa piloto de coleta seletiva que será estendido para toda a cidade, segundo a superintendente de resíduos sólidos da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), Márcia Trócoli.
"A ação é o primeiro passo para aproximar o catador das indústrias, promovendo a inclusão sócio-produtiva desses trabalhadores e garantindo a consolidação do trabalho iniciado no município e a requalificação do Aterro Sanitário do Itariri".
Prefeito de Itapé é um dos políticos mais bem pagos do sul da Bahia.
Prefeito de Itapé recebe até R$ 4 mil de diárias por mês e é um dos políticos mais bem pagos do sul da Bahia. O prefeito de Itapé, Jackson Resende, é acusado de promover uma verdadeira farra das diárias para si mesmo e para os amigos.
Os processos de pagamento 1292, 1355 e 1296 revelam que, num intervalo de 21 dias, o prefeito recebeu três diárias, cada uma de R$ 1.200. Jackson Resende recebeu as diárias por supostas viagens feitas nos dias 4, 11 e 26 de abril.
Mas o que impressionou foi valor recebido em janeiro deste ano. De acordo com processo de pagamento número 347, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o prefeito embolsou R$ 4 mil referentes às diárias de janeiro.
Juntando os quase R$ 10 mil de salário, os rendimentos do prefeito naquele mês chegaram aos R$ 14 mil. Dados do TCM mostram que em um período de 17 meses Jackson Resende embolsou mais de R$ 34 mil somente em diárias.
A farra de diárias não beneficiou apenas o prefeito, que não abandonou o funcionário Marcos Borges da Fonseca. O motorista particular de Resende recebeu, conforme o processo 249, do dia 28 de janeiro, R$ 2 mil de diárias somente daquele mês. Em seis meses, ele embolsou R$ 4.600.
Em 17 meses foram R$ 9.670 em diárias para Borges, sendo que ele recebeu o pagamento por supostas 23 viagens que fez para fora do município.
Mais gastos
Quem também não ficou de fora dos gastos por conta dos contribuintes de Itapé foi a irmã do prefeito, a secretária municipal de Assistência Social, Debora Katia Lima Resende, que embolsou R$ 4.700.
Segundo o processo de pagamento 348, somente em janeiro Debora recebeu R$ 2 mil de diárias, exatamente o mesmo valor pago para o motorista naquele mês. Somente para o prefeito, o motorista e a secretária de assistência social o povo de Itapé pagou exatos R$ 8 mil de diárias em janeiro.
Parece pouco, mas Itapé está entre os municípios mais pobres da Bahia, cheio de carências, e com a maior parte de seus moradores dependendo do salário pago pela prefeitura, pelas fazendas ou do benefício da Previdência Social.
Os três, mais o ex-secretário de Saúde, Américo José Carneiro, embolsaram R$ 58.370 somente de diárias em um ano e cinco meses.
Os processos de pagamento no TCM mostram ainda que o prefeito liberou dinheiro para dois radialistas de Itabuna falar bem da sua administração nas rádios Difusora e Jornal de Itabuna. Um deles embolsou R$ 8.220 e o outro ficou com R$ 3.985, conforme os processos de pagamentos.
Os processos de pagamento 1292, 1355 e 1296 revelam que, num intervalo de 21 dias, o prefeito recebeu três diárias, cada uma de R$ 1.200. Jackson Resende recebeu as diárias por supostas viagens feitas nos dias 4, 11 e 26 de abril.
Mas o que impressionou foi valor recebido em janeiro deste ano. De acordo com processo de pagamento número 347, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o prefeito embolsou R$ 4 mil referentes às diárias de janeiro.
Juntando os quase R$ 10 mil de salário, os rendimentos do prefeito naquele mês chegaram aos R$ 14 mil. Dados do TCM mostram que em um período de 17 meses Jackson Resende embolsou mais de R$ 34 mil somente em diárias.
A farra de diárias não beneficiou apenas o prefeito, que não abandonou o funcionário Marcos Borges da Fonseca. O motorista particular de Resende recebeu, conforme o processo 249, do dia 28 de janeiro, R$ 2 mil de diárias somente daquele mês. Em seis meses, ele embolsou R$ 4.600.
Em 17 meses foram R$ 9.670 em diárias para Borges, sendo que ele recebeu o pagamento por supostas 23 viagens que fez para fora do município.
Mais gastos
Quem também não ficou de fora dos gastos por conta dos contribuintes de Itapé foi a irmã do prefeito, a secretária municipal de Assistência Social, Debora Katia Lima Resende, que embolsou R$ 4.700.
Segundo o processo de pagamento 348, somente em janeiro Debora recebeu R$ 2 mil de diárias, exatamente o mesmo valor pago para o motorista naquele mês. Somente para o prefeito, o motorista e a secretária de assistência social o povo de Itapé pagou exatos R$ 8 mil de diárias em janeiro.
Parece pouco, mas Itapé está entre os municípios mais pobres da Bahia, cheio de carências, e com a maior parte de seus moradores dependendo do salário pago pela prefeitura, pelas fazendas ou do benefício da Previdência Social.
Os três, mais o ex-secretário de Saúde, Américo José Carneiro, embolsaram R$ 58.370 somente de diárias em um ano e cinco meses.
Os processos de pagamento no TCM mostram ainda que o prefeito liberou dinheiro para dois radialistas de Itabuna falar bem da sua administração nas rádios Difusora e Jornal de Itabuna. Um deles embolsou R$ 8.220 e o outro ficou com R$ 3.985, conforme os processos de pagamentos.
MPF denuncia prefeito e ex de Mascote
O Ministério Público Federal denunciou o prefeito de Mascote, Rosivaldo Ferreira da Silva, por irregularidades na prestação de contas de convênio com a Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação.
O contrato, de R$ 126.750, visava a compra de um veículo 0km para o transporte de alunos da educação básica. O convênio foi celebrado no final de 2008 e a prestação de contas deveria ser feita em 2009.
Além do atual, o ex-prefeito de Mascote, Washington Santana, também foi denunciado. Segundo o Ministério Público, no último dia de mandato, 31 de dezembro de 2008, Washington Santana fez a prestação de contas, que não foi concluída por falta de documentos.
Foi concedido prazo de mais 30 dias para resolver a pendência e os dois denunciados foram intimados, mas não entregaram os documentos exigidos por lei para a aprovação. A denúncia está no Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
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