sexta-feira, 1 de junho de 2012

À revista, ex-diretor do Dnit acusa PSDB de fazer caixa 2 no Rodoanel; Pagot também diz que arrecadou para PT

Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit
Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit


O ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antonio Pagot, que comandou o órgão entre 2007 e 2011, afirmou à revista "IstoÉ", que chegou às bancas nesta sexta-feira (1º), que o PSDB desviou recursos das obras do trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, para financiar a campanha presidencial de José Serra em 2010. Segundo a publicação, Pagot disse também que o PT lhe pressionou a arrecadar recursos de empreiteiras para as campanhas da sigla também em 2010.



Segundo o ex-diretor, Paulo Preto, ex-presidente da Dersa --empresa responsável pelo Rodoanel--, lhe pediu, em 2009, que aprovasse um aditivo de R$ 264 milhões para a obra viária. Ele teria negado, alegando que o governo federal já havia pago sua parte no Rodoanel. Em seguida, os tucanos conseguiram a aprovação dos recursos sem a necessidade da aprovação do Dnit, de acordo com Pagot.



O ex-diretor do Dnit, que deixou o cargo no ano passado após denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes, disse que um procurador de uma empreiteira lhe confidenciou que 8% dos recursos do trecho sul do Rodoanel eram desviados.



“Veio procurador de empreiteira me avisar: ‘Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.’ Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin”, afirmou Pagot à IstoÉ.
A reportagem da revista afirma que o comitê de Serra recebeu R$ 40 milhões em doações oficiais de empreiteiras que construíram o Rodoanel.


Petistas

Pagot afirma que em 2010, José De Filipi, tesoureiro das campanhas do PT no mesmo ano, se encontrou com ele e o pressionou a pedir doações de 40 empreiteiras envolvidas em obras do governo federal. O ex-diretor do Dnit identificou ao menos 15 destas 40 empresas que doaram cerca de R$ 10 milhões ao PT, segundo a prestação de contas enviada pelo partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).



Filippi disse à revista que foi apresentado a Pagot no comitê da campanha durante o primeiro turno da eleição, “mas a conversa tratou da proposta de Pagot de a campanha receber três aviões do Blairo Maggi”, disse Filippi, O tesoureiro petista afirmou que “num segundo encontro, depois da eleição de Dilma, ficou acertado que Pagot buscaria recursos para saldar dívidas da campanha eleitoral”, diz trecho da reportagem da "IstoÉ".



O ex-diretor do Dnit afirmou ainda que a atual ministra do Planejamento, Ideli Salvatti, usou do mesmo expediente quando disputou o governo de Santa Catarina, em 2010, mas ele não a atendeu.
Pagot dispara ainda contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO, ex-DEM), que teria lhe pedido ajuda para pagar as dívidas contraídas por ele com a Delta Engenharia com obras destinadas à empreiteira.

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