Além de fazer turismo, ficando hospedados em hotéis de luxo em Salvador, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, segundo ação do Ministério Público Estadual (MPE). Os parlamentares de Itabuna teriam torrado, em um período de dois anos, quase R$ 260 mil com diárias.
Na ação civil pública, o promotor Inocêncio de Carvalho (foto) anexa documentos que comprovariam que vários eventos nunca foram realizados nas datas e locais informados por alguns vereadores e seus assessores.
O representante do MPE descobriu que o dinheiro público foi usado para pagamento de cerveja, champanhe, vinho e camarão, além de diárias para os vereadores Roberto de Souza, Milton Cerqueira e o ex-diretor de recursos Humanos da Câmara de Itabuna, Kleber Ferreira.
Eles ficaram hospedados no Hotel Praiamar Natal, do Rio Grande do Norte, para a suposta participação no 334º Encontro Nacional de vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais, assessores e servidores.
Promovido pelo Instituto Nacional Municipalista (INM), o evento teria ocorrido de 28 de maio a 1º de junho em Natal. O MPE conseguiu cópia das faturas dos três hóspedes, que consumiram vinho e cerveja a custa dos contribuintes itabunenses.
Proibido
O uso de dinheiro púbico com bebidas alcoólicas é expressamente proibido por lei e a punição vai da devolução dos recursos usados indevidos até perda do mandato. As irregularidades não envolvem apenas Roberto, Milton Cerqueira e Kleber.
De acordo com o Ministério Público Estadual, a lista dos que participaram de farra de diárias com dinheiro público é enorme e fazem parte nomes como Raimundo Pólvora, Solon Pinheiro, Wenceslau Júnior, Milton Gramacho, Ricardo Bacelar e, a novidade, Rose Casto.
Rose, que ainda não tinha aparecido em nenhuma das denúncias de irregularidade na Câmara de Vereadores, foi uma das participantes do suposto “XIII Encontro Nacional de Agentes Públicos e do “IX Fórum Brasileiro de Agentes Públicos”.
Fantasmas
Os dois eventos teriam sido promovidos pelo Centro de Estudos Brasileiro e Assessoria (CEBRAS). O encontro teria acontecido entre 9 e 13 de novembro e o fórum de 25 a 30 de julho, em São Paulo. Rose e outros vereadores teriam ficado hospedados no Hotel Boulevard São Luís.
Porém, o gerente do hotel respondeu ofício do Ministério Público informando que os eventos não foram realizados nele nem existe registro de hospedagem, no período, dos vereadores. Além deles, o ex-diretor administrativo, Alisson Cerqueira, foi contemplado com as diárias para os dois eventos.
Na ação, o promotor afirma que “as viagens realizadas pelos edis e seus assessores são todas justificadas de forma evasiva, ora ‘para tratar de assuntos de interesse dessa casa’, ora para participação constante e exagerada em cursos e seminários nos principais pontos turísticos do nosso País”.
Ele segue dizendo que “as viagens eram, na verdade, feitas com finalidade de turismos, não tendo efetiva participação dos vereadores em qualquer congresso...”.
Relata ainda que a falta de justificativa e comprovação das diárias para tratar de “supostos assuntos de interesse da casa configuram enriquecimento ilícito por parte dos agentes, com forte indício de que as verbas são utilizadas como subterfúgio para aumentar os vencimentos dos edis”.
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