sexta-feira, 16 de março de 2012

O fim da “baianização”do governo Dilma

No início do mandato da presidente Dilma Rousseff o governador da Bahia, Jaques Wagner, recém reeleito, foi questionado inúmeras vezes sobre a possibilidade de emplacar ministros nesta nova gestão petistas. Na oportunidade, o governador declarou que não estava preocupado com a quantidade de ministros que o estado teria. O mais importante, segundo o gestor, era que os chefes das pastas recebem os baianos e atendessem as demandas apresentadas.

Em meados de julho, pipocaram na imprensa nacional e local, matérias sobre o que se chamou de “Baianização” do governo Dilma. O rótulo sempre foi passível de questionamentos, mas os números apresentados pelo jornal Valor Econômico à época eram expressivos. O levantamento colocava a Bahia em segundo lugar em quantidade de ministros. Perdendo apenas para São Paulo. A relação foi estabelecida logo após Alfredo Nascimento (PR) ser exonerado e o baiano Sérgio Passos assumir a pasta dos Transportes.

Naquele momento, o estado contava com seis ministros, seja pela naturalidade ou pela indicação. Orlando Silva (Esportes), Mário Negromonte (Cidades), Sérgio Passos (Transportes), Luiza Bairro (Promoção da Igualdade Racial), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário). Florence foi o último a cair, com a decisão da presidente de demiti-lo, a Bahia passou de protagonista na Esplanada dos Ministérios para um papel de coadjuvante.

Contudo, o estado permanece com três quadros que se não comandam ministérios, são responsáveis por seguimentos importantes da gestão federal. Hage, Bairros e Passos continuam sendo olhos e braços do estado em Brasília. Vale ressaltar ainda que no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Bahia contava apenas com dois ministérios. O próprio Jaques Wagner comandou a pasta de Trabalho e Emprego, e o agora pré-candidato a vereador de Salvador, Waldir Pires, estava à frente da Controladoria-Geral da União.

Vidraça e discurso

O que é considerado como desprestigio do governo Wagner pode ser interpretado também como readequação de forças no Planalto Central, já que no primeiro ano de gestão Dilma Rousseff havia uma quantidade expressiva de ministros do estado. No entanto, o desgaste maior vem da contradição. Em matéria pública nesta quinta-feira no jornal A Tarde, Wagner declara que não está nada satisfeito com a perda de espaço. Vai além e cobra do PT Nacional a explicação para que a Bahia que deu uma das maiores votações a Lula no segundo turno (78,08% dos votos válidos) e 2,7 milhões de votos de frente a Dilma não está sendo contemplada na Esplanada dos ministérios.

“É evidente que não gostei. É claro que eu entendo que a Bahia tem uma dimensão e merece (mais)”, disse o governador à reportagem de A Tarde. A senadora Lídice da Mata (PSB) também foi de enfática na defesa da fatia da Bahia na administração da União. A socialista subiu à tribuna do Congresso para dizer que espera que a Bahia seja compensada com ampliação de investimentos em infraestrutura. O petista baiano do Senado também manifestou a intenção de cobrar do governo federal mais recursos para o estado.

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