O cantor André Lélis foi detido durante apresentação em uma casa de shows em Aracajú (SE), por volta das 21h30 deste domingo (27). De acordo com informações do site Plenário, a Polícia Ambiental teria solicitado que a banda parasse de tocar, sob a alegação de que os equipamentos de som desrespeitavam a legislação de poluição sonora. O volume das caixas de som foi diminuído, mas ainda assim, o policial Igor Alves teria subido ao trio elétrico para que o cantor parasse o show. Insatisfeito, André Lélis teria avisado ao público o pedido do policial, e disparou: “A festa está tão bonita, em Salvador não acontece isso”. Neste momento, o policial deu voz de prisão contra o cantor, por entender que ele teria colocado a platéia contra os militares. André foi conduzido à delegacia, onde esperou por mais de três horas até ser ouvido. Ele só voltará a Salvador após prestar depoimento na Delegacia do Turismo, onde o inquérito foi enviado, às 10h desta segunda-feira.
Espaço para denúncias, devaneios, reflexões, desabafos, dicas culturais e outras coisas mais.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Itabuna perde empresário em acidente
Depois da morte do professor da Uesc Djalma Eutímio no início da manhã desta segunda-feira, Itabuna perdeu o empresário Danilo Gama Matos, de 27 anos, em um acidente na BR-101, perto de São João do Paraíso, em Mascote.
Danilo dirigia o Palio Weekend de placas NTG-8200 sob forte chuva, mas perdeu o controle na pista molhada, atravessou a pista e bateu em um caminhão que vinha em sentido contrário.
O acidente aconteceu por volta das 13h30 e, apesar da violência do choque, o motorista do caminhão Volks de placas MSH-5782, Fábio dos Santos Macêdo, nada sofreu.
A morte de Danilo traz tristeza para uma família que vê repetida uma tragédia. Ele era filho de Ailton Matos, empresário da Incamilho, que já tinha perdido a sobrinha Priscila Gama num acidente na saída de Itabuna para Ilhéus, em 2009.
Danilo estava indo para Porto Seguro a negócios, deixa esposa e três filhos.
Professor da Uesc morre afogado
O professor da Uesc Djalma Eutímio de Carvalho morreu nesta segunda-feira pela manhã na Praia do Cristo, no centro de Ilhéus. Djalma terminou uma corrida pela praia e entrou na água, mas passou mal e se afogou.
Uma guarnição do Corpo de Bombeiros foi a primeira a chegar ao local e tentou uma ressucitação, mas não conseguiu salvar o professor. Quando o Samu 192 chegou, constatou o óbito.
Djalma Eutímio era advogado e ensinava Direito Penal na Uesc e em faculdades privadas. Muito querido pelos alunos, era também elogiado pelos colegas. O corpo foi encaminhado para Itabuna.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
CARTÓRIOS PARAM ATIVIDADES NESTA SEGUNDA
Enquanto muitos cobram a privatização dos cartórios extrajudiciais na Bahia - único estado no país que ainda mantém estatizado o serviço, os funcionários de 1,4 mil cartórios farão paralisação nesta segunda-feira (28). Além da insatisfação com a privatização, assunto discutido essa semana pela presidente do TJ-BA, Telma Brito, que se mostrou favorável a acelerar o projeto, os funcionários também reclamam das condições de trabalho. A assessoria do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia informou que os servidores oferecem à população “um serviço de qualidade”, mas reclamou da estrutura e condições de trabalho. O problema com a privatização é que o projeto teria sido enviado à Assembleia Legislativa sem a apreciação da categoria. Segundo o Correio, um dos principais pontos que não foram discutidos é a forma de administração dos cartórios.
Aos 40 anos, morre Carola Scarpa em São Paulo
Morreu nessa sexta-feira (25), aos 40 anos, Ana Carolina Rorato de Oliveira, mais conhecida como Carola Scarpa, em São Paulo. Segundo comunicado divulgado pelo Hospital Santa Paula, onde ela estava internada, as causas da morte foram insuficiência de múltipos órgãos, diabetes e insuficiência renal crônica.
Carola deu entrada no hospital na última quarta-feira (23), por volta das 17 horas, em parada cardíaca. Ela foi ressucitada e permaneceu em coma e respirando com ajuda mecânica. A ex-condessa não conseguiu reverter o quadro e morreu na sexta-feira (26), às 17h20.
No Faceebook, Chiquinho Scarpa lamentou a morte da ex-mulher, com quem ficou casado por nove meses. "Soube só agora que Carola se foi. O sepultamento foi pela manhã no Cemitério do Morumby. Tudo muito triste. A amei muito e sinceramente. Que Deus console o coração de sua Família (Don Francesco, Thais, Guga, Karla, Juca, Dico, Boni e Boninho) e que ela encontre paz na serenidade da eternidade. Vou orar por isso, no fundo era apenas uma menina... apenas uma menina".
O fim do casamento de Carola e Chiquinho foi polêmico. No início da relação, em 1997, foram encontrados indícios de que ela era uma garota de programa de luxo. Em 1999, após a separação, Carola foi à imprensa e disse que encontrou o ex na cama com dois homens.
Capa bem apropriada para as estrelas acima.
Dois bandidos na capa, engraçado ver o povo finjindo que não sabe da vida bandida do Jr Machado, ele e o seu irmão Beto, um periigoo...
É inacreditável que somente eu e mais meia dúzia de pessoas saiba de onde veio esse dinheiro de Jr Machado, a sousa cruz até hoje chora o seu caminhão de cigarros roubado por essa quadrilha familiar.
A Schin nem se fala, fechada por uma semana, lacrada pelo Sefaz, carros e mais carros do Sefaz na porta, pela Schin está sonegando impostos, trocando placas dos caminhões para sonegar imposto, etc..., etc...
O Hotel, lavagem de dinheiro dos donos da Schin de São Paulo, se formos retroceder no tempo, poderemos constatar que o Hotel foi arrendado/comprado meses depois do escandalo em Itú envolvendo os donos da Schincariol, onde os sócios ficaram presos por uma semana, os homens tem tanto dinheiro que a casa deles tem paredes recheadas adivinhem de que??, de dinheiro, e como não declaravam todo esse dinheiro a Receita após sairem da cadeia começaram a comprar imóveis, fazendas, Hoteis, etc..., na tentativa de lavar o dinheiro.
Vejam noticiários da época, onde fala sobre o envolvimento de distribuidores da Schin no Nordeste
Cerco policial termina com dez mortos na Bahia
Segundo o governo, operação “desarticulou” quadrilha que atuava em Salvador e interior do Estado
Dez pessoas morreram e dois policiais ficaram feridos na tarde deste sábado, 26, durante uma operação policial em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, os mortos - nove homens e uma mulher - são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubos a banco em Salvador e no interior do Estado.
Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar e de operações especiais da Polícia Civil cercaram e invadiram um sítio ocupado pela suposta quadrilha no bairro de Vida Nova, em Lauro de Freitas. Houve tiroteio intenso e ao menos dois policiais se feriram.
A secretaria não informou se algum suspeito conseguiu fugir. No local, houve apreensão de um fuzil, duas metralhadoras e pistolas, além de veículos.
A quadrilha, informou o governo, vinha sendo investigada pela Polícia Civil desde setembro de 2010, apontada então como responsável pelo sequestro de seis dias, em Feira de Santana, de parentes do gerente de uma empresa de valores.
A investigação apontou que a suposta quadrilha preparava um assalto a uma nova empresa de transporte de valores, desta vez em Salvador, mediante a mesma tática do sequestro do gerente e de parentes. Um funcionário da empresa fornecia informações à suposta quadrilha sobre funcionamento da firma e rotina da gerência, informou o governo.
A Secretaria da Segurança Pública não confirma se o bando é suspeito de ter praticado algum dos 19 assaltos a banco registrados somente em 2011 na Bahia -15 no interior e quatro em Salvador. O governo Jaques Wagner (PT) deve apresentar os resultados finais da operação na segunda-feira.
A Bahia enfrenta nos últimos anos uma escalada nos índices de violência: de 2005 a 2009, por exemplo, houve alta de 142% nos assaltos a banco e de 85% nos roubos de veículos. A taxa de homicídios subiu 42% de 2004 a 2009 e o índice de mortes por armas de fogo avançou 347% entre 2000 e 2008.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Morre Crystal resgatada após 20 minutos debaixo d´água
Menina não resistiu ao afogamento após acidente de carro e morreu na noite de sexta. O corpo está no IML, aguardando laudo
Morreu na noite de ontem, por volta das 21h, a menina Crystal da Silva Cardoso, de um ano e dois meses, que tinha ficado submersa por cerca de 20 minutos em um rio, após acidente de carro na quinta-feira. O corpo de Crystal está no Instituto Médico Legal (IML) desde a madrugada deste sábado, quando foi transferido do Hospital Miguel Couto, na Gávea. Um laudo determinará o motivo de sua morte.
Crystal foi resgatada por bombeiros a quatro metros de profundidade do rio Morto, no Recreio dos Bandeirantes. O motorista do carro Audi onde ela estava, o aposentado Moacir dos Santos, 52, admitiu que tinha ingerido bebida alcoólica antes de dirigir e que sua carteira de habilitação estava vencida havia oito anos. Ele perdeu o controle do carro, que caiu no rio. Moacir será processado por homicídio culposo.
Bombeiros a encontraram inconsciente e, com massagem cardíaca e respiração boca-a-boca, conseguiram reverter as paradas respiratória e cardíaca.
Entretanto, segundo a secretaria de Saúde da prefeitura, seu estado permaneceu gravíssimo durante todo o período em que esteve internada.
No início da madrugada, o pai de Crystal, Alessandro Sabino, foi ao Miguel Couto, mas não pôde liberar o corpo da filha, porque ela estaria registrada apenas sob o nome da mãe. Havia uma disputa judicial pela guarda da criança.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Réus da "Máfia do Apito" são condenados a pagar R$ 180 milhões
Justiça condenou em primeira instância os envolvidos no caso, entre eles o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho e a CBF
A 17ª Vara Cível da Justiça de São Paulo condenou os réus no processo da “Máfia do Apito”, como ficou conhecido o caso de manipulação de resultados no futebol brasileiro e sul-americano que aconteceu em 2005. O ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) terão que dividir uma multa de R$ 160 milhões, enquanto o empresário Nagib Fayad, o ex-árbitro Paulo José Danelon e a FPF (Federação Paulista de Futebol) foram condenados a pagar o equivalente R$ 20 milhões.
A divisão dos valores será conhecida na sentença do juiz, que será publicada na próxima segunda-feira. A decisão foi em primeira instância e, por isso, cabe recurso. Inicialmente, a promotoria havia pedido indenização de R$ 34 milhões, mas a Justiça entendeu que esse valor deveria chegar a R$ 180 milhões.
A CBF afirmou ao iG, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá recorrer. “A CBF ainda não foi notificada, mas informa que essa é a primeira instância e vai recorrer. Temos certeza que a Justiça irá analisar o caso corretamente”, afirmou o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva. Os outros condenados não foram encontrados para comentar a decisão.
Edílson Pereira de Carvalho em partida do Campeonato Brasileiro de 2005 |
O procedimento aponta que em casos como esse, uma ação coletiva na qual não há um beneficiário específico, o dinheiro da sentença é enviado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que é controlado pelo Ministério da Justiça.
O Fundo recebe indenizações provenientes de processos que envolvem danos morais e patrimoniais causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. O caso da “Máfia do Apito” se encaixa no direito do consumidor. Se o réu não tem dinheiro para pagar, bens são penhorados.
Nenhum dos envolvidos foi preso
O processo criminal sobre a “Máfia do Apito” foi arquivado em agosto de 2009. Os desembargadores Christiano Kuntz, Fernando Miranda e Francisco Menin entederam que não havia na legislação um artigo que enquadrasse o caso. Com a decisão, nenhum dos envolvidos no esquema de apostas colocou sob supeita o Campeonato Brasileiro de 2005 foi punido criminalmente.
A decisão na esfera Cível foi comemorada pelo promotor José Reinaldo Carneiro Bastos, que comandou as investigações no Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) e acusou os envolvidos na esfera criminal.
A decisão na esfera Cível foi comemorada pelo promotor José Reinaldo Carneiro Bastos, que comandou as investigações no Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) e acusou os envolvidos na esfera criminal.
“Muitas pessoas falam que a investigação não deu em nada, e não é verdade. Foi a maior investigação da história do futebol brasileiro, se não foi do futebol mundial, e teve consequências na esfera desportiva e agora na cível. E na criminal ainda estamos tentando reverter no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, disse Bastos ao iG. Os envolvidos no escânda-lo foram banidos do futebol (os árbitros Carvalho e Danelon). Bastos também se referiu aos 11 jogos anulados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (leia mais abaixo).
A “Máfia do Apito”
A “Máfia do Apito”
Em outubro de 2005, a revista “Veja” revelou investigação conjunta entre Ministério Público e Polícia Federal sobre esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol, encabeçado por empresários que apostavam pela internet. Jogos do Paulista, da Libertadores, da Copa Sul-Americana e Brasileiro estavam sob suspeita. Os acusados eram os árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, ambos filiados à FPF.
Outro acusado era o empresário Nagib Fayad, que com outros três empresários combinava com os árbitros resultados de algumas partidas que apostariam em sites clandestinos na internet. Pela acusação, Carvalho e Danelon recebiam de R$ 10 mil a R$ 15 mil para que o time certo vencesse.
No sábado, dia 25 de setembro de 2005, a PF prendeu Edilson Pereira de Carvalho e Fayad. Carvalho trabalhou em 25 partidas em 2005, sendo 11 do Campeonato Brasileiro, que já estava no segundo turno. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu em 2 de outubro anular as 11 partidas comandadas por Carvalho, que foram repetidas. O fato beneficiou o Corinthians, que venceu jogos que havia perdido e acabou na frente do Internacional como campeão brasileiro.
O que levaria a um vereador da cidade de Buerarema, comprar um carro em Feira de Santana e nunca transferir sua documentação para a cidade onde reside?
Atenção Polícia Militar de Buerarema: Este carro continua trafegando pelas ruas da cidade com documento vencido
"Se não pode manter um carro importado, compre um fusca ou uma bicicleta".
O Veículo Toyota Corola, placa policial JRJ-1148,licença de feira de Santana, de cor preta, continua circulando pelas ruas de Buerarema, com licenciamento vencido. O citado carro, pertence ao vereador João Bosco Martins dos Santos, que teve contas rejeitadas pelo TCM (Tribunal de Contas Bosco(foto) agora é FICHA SUJA
dos Municípios) , desviou dinheiro da Previdência
Social e outras coisinhas mais.
Voltaremos ao assunto.
dos Municípios) , desviou dinheiro da Previdência
Social e outras coisinhas mais.
Voltaremos ao assunto.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Músico de 'Minha Mulher Não Deixa Não' morre.
Um dos músicos do grupo "Reginho e Banda Surpresa", banda que ganhou projeção devido à música "Minha mulher não deixa não", morreu em um acidente de trânsito à 1h desta quinta-feira (24), na BR-110, próximo a Jeremoabo, no norte do estado. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Lenine Castro dos Santos não resistiu aos ferimentos e morreu - seu corpo continua preso às ferragens. De acordo com o repórter Marcio Lima, da Rádio Jeremoabo FM, membro da Rede Tudo FM102,5, uma dançarina de prenome Marcia ficou gravemente ferida, e está internada em hospital no município de Paulo Afonso. As outras 25 pessoas que estavam dentro do ônibus tiveram ferimentos leves ou saíram ilesos. O motorista do veículo teria perdido o controle do ônibus que acabou saindo da pista.
Protógenes grampeou até Roberto Irineu Marinho
"Operação satiagraha"
No afã de conseguir provas incriminatórias contra o banqueiro Daniel Dantas, o então delegado Protógenes Queiroz, no comando da chamada "operação satiagraha" gravou ligações dos empresários Roberto Irineu Marinho e Eike Batista; do namorado da senadora Marta Suplicy, Márcio Toledo; do jornalista Roberto D’Avila, então namorado da ministra do STF Ellen Gracie; do ex-deputado Delfim Netto; da Editora Abril; e até do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo.
O telefone grampeado, registrado na listagem produzida pelo sistema Guardião da Polícia Federal, foi o do empresário Naji Nahas, que é identificado nas listagens da investigação com o codinome de "Jararaca".
A amplitude da curiosidade do hoje deputado pelo PCdoB, Protógenes Queiroz, gerou abertura de inquérito para apurar se em vez de obedecer ao interesse público, o delegado trabalhava para atender interesses privados.
A trama, que agora se descortina, é explicada pelo jornalista Raimundo Pereira em seu livro "O Escândalo Daniel Dantas" como uma armação para tirar do ringue o mais ameaçador concorrente no processo de privatização da telefonia no Brasil.
A versão de que o cliente foi alvo de perseguição interessa à defesa de Dantas, mas é corroborada pelos ex-executivos da Telecom Italia que, interrogados pela Justiça italiana sobre o paradeiro de milhões de euros enviados ao Brasil sem destinação no balanço da empresa, confessaram que o objetivo foi o de remover obstáculos, como Dantas, para abocanhar a maior fatia possível do mercado brasileiro de telefonia. O dinheiro teria sido usado para estimular policiais, políticos e jornalistas a participarem do mutirão.
Quem atua contra o andamento da investigação sobre a privatização da Satiagraha, inquérito que se encontra na 3ª Vara Federal Criminal de São Paulo, é o Ministério Público Federal de São Paulo. Em setembro do ano passado, os procuradores da República pediram a anulação e a destruição da prova colhida no Inquérito Policial 2008.61.81.008866-0, como consta do acompanhamento processual no site do TRF-3. A justificativa do MPF é o fato de a 7ª Vara Federal, do juiz Ali Mazloum, ter determinado a produção de provas sem requerimento dos procuradores.
Para o advogado do Opportunity, Andrei Zenkner Schmidt, esse argumento é um paradoxo, já que o mesmo MPF aceitou o resultado de diversas medidas decretadas pela 6ª Vara, do juiz Fausto De Sanctis, igualmente sem pedido do MPF.
Schmidt considera "incompreensível que um órgão com a atribuição constitucional de defender a ordem jurídica e o Estado democrático omita-se em apurar a privatização de uma investigação policial".
Justiça apura relações privadas da Satiagraha
Registros telefônicos
Está nas mãos do juiz federal Toru Yamamoto o epílogo da mais emocionante novela política da história do Brasil. Cabe a ele dizer se Daniel Dantas corrompeu o Legislativo, o Judiciário, o Executivo e a imprensa do país ou se foram os concorrentes do banqueiro Dantas que usaram seu carisma para colocar a Polícia Federal, a Abin, o Ministério Público, alguns juízes e a mais poderosa emissora de TV do país a seu serviço para destroçar o adversário.
O que a 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo examina é se a famosa Operação Satiagraha foi arquitetada e dirigida pela iniciativa privada. Os elementos já colhidos são explosivos. Com a quebra do sigilo telefônico do então delegado Protógenes Queiroz descobriu-se que ele trocou pelo menos 93 telefonemas com o empresário Luís Roberto Demarco entre julho de 2007 e abril de 2008 — ou seja: o maior inimigo de Dantas participou, de fato, da operação.
A quebra do sigilo telefônico foi autorizada pelo juiz federal Ali Mazloum a pedido do delegado Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria da Polícia Federal. Ao perceber que por trás do idealismo de Protógenes havia personagens com interesse comercial e econômico na operação, Mazloum desdobrou o processo. O empresário Luís Roberto Demarco foi ao Tribunal Regional Federal pedir o trancamento do inquérito. O Tribunal não concedeu, mas repassou o caso para a 3ª Vara Criminal, onde o caso não teve andamento novo até agora.
Outro lote de ligações sugere que a famosa cena do suposto suborno dos policiais foi montada. Protógenes sempre sustentou que o misterioso Hugo Chicaroni seria o preposto de Dantas encarregado de comprar o inquérito — a essa altura pilotado pelo juiz De Sanctis e pelo procurador De Grandis. A quebra do sigilo mostra que Chicaroni, na verdade, é velho conhecido do ex-delegado. Entre fevereiro de 2007 e julho de 2008, os dois trocaram pelo menos 185 ligações. O famoso encontro na churrascaria El Tranvia, gravado pela TV Globo, só aconteceu em agosto de 2008.
O juiz federal Fausto de Sanctis, nos doze meses anteriores à deflagração ruidosa da operação despachou diretamente com o delegado pelo menos 88 vezes. Mas a interlocução prioritária do então delegado era mesmo com a TV Globo, com mais de quinhentos telefonemas. Mais que o dobro das comunicações com o Ministério Público Federal.
Para o advogado Carlo Frederico Müller que, com o colega Renato de Moraes, representa outro alvo da Satiagraha, o ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, a intensa comunicação do então delegado com personagens estranhas à estrutura pública mostra mais que apenas vazamento de informações sigilosas. "Fica claro que a operação foi comandada de fora para dentro", diz Müller, que vê no cruzamento dos registros telefônicos a confirmação do que o jornalista Raimundo Pereira publicou no livro O Escândalo Daniel Dantas.
A defesa de Daniel Dantas, que nesse processo atua na acusação, enfrenta o Ministério Público Federal — que neste caso atua no sentido de trancar a investigação. Caso o juiz federal Toru Yamamoto toque o processo em frente, os acusadores de Protógenes pretendem cruzar as datas dos telefonemas e seus interlocutores com as datas em que Protógenes Queiroz declarou ter ganhado, em doação, em 2006, os imóveis que ele declarou à Justiça Eleitoral no ano passado.
Inquérito no Rio de Janeiro
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), no Rio de Janeiro, quer ter acesso às informações do processo que resultou na condenação do ex-delegado Protogenes Queiroz, por vazamento de informações na Operação Satiagraha. O processo correu na 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo e foi remetida ao Supremo Tribunal Federal, já que o deputado tem foro por prerrogativa de função.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), no Rio de Janeiro, quer ter acesso às informações do processo que resultou na condenação do ex-delegado Protogenes Queiroz, por vazamento de informações na Operação Satiagraha. O processo correu na 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo e foi remetida ao Supremo Tribunal Federal, já que o deputado tem foro por prerrogativa de função.
Em ofício à Justiça Federal em São Paulo, a delegada Helen Sardenberg afirma que "tendo em vista no âmbito do Inquérito Policial 2009.61.81.008866-0 investiga-se vazamento de informações sigilosas na Operação Satiagraha e da existência de telefonemas entre a empresa comercial Nexxy Capital Brasil Ltda, pertencente a Luiz Roberto Demarco Almeida, e autoridades incumbidas da investigação na referida operação e responsáveis pelas interceptações telefônicas e telemáticas, solicito, respeitosamente, a V. Exa. que nos forneça informações e tudo o mais que possa auxiliar na elucidação do Inquérito Policial 218-00231/2008”.
Ainda segundo o ofício, o inquérito foi instaurado em 20 de junho de 2008, na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, para apuração de suposto crime previsto no artigo 10º, da Lei 9.296/96. De acordo com o dispositivo, “constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei".
O inquérito citado pela Delegacia foi instaurado antes mesmo de a operação Satiagraha ser deflagrada, o que aconteceu no dia 8 de julho do mesmo ano.
Conheça o gênio imobiliário de Protógenes Queiroz
Senhor das 7 casas
O delegado afastado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, que no próximo dia 1º de fevereiro inicia carreira como deputado federal em Brasília, revelou em seus 50 anos de vida um talento extraordinário para acumular riqueza. Em 10 anos de carreira como delegado da Polícia Federal, onde fez jus a um salário médio de R$ 14 mil, como ele mesmo revelou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o delegado acumulou um patrimônio que, segundo ele próprio declarou ao Tribunal Superior Eleitoral, inclui nada menos do que sete imóveis. Embora a relação de bens declarados ao TSE some apenas R$ 834 mil, somente um dos imóveis constantes da lista — uma casa no Mirante de Camboinhas, em Niterói — segundo especialistas do setor imobiliário vale mais de R$ 1 milhão.
A declaração de bens do candidato-delegado que agora assume como deputado é um atestado de sua habilidade no mundo dos negócios. Ali fica-se sabendo que Protógenes Queiroz guarda em casa R$ 284 mil em dinheiro e que tem pouco mais de R$ 10 mil numa conta na Suíça. Entre os sete imóveis que admite ser dono, três deles foram doados pela mesma pessoa, o delegado aposentado José Zelman. Outros dois, que ele usa como residência própria, não foram declarados ao TSE. Protógenes informa também as datas de aquisição de todos os seus bens, menos daqueles adquiridos enquanto ocupava o cargo de delegado da Polícia Federal.
Disponível no site do TSE, a declaração relaciona sete imóveis, ações, consórcio, plano de previdência privada, dinheiro em espécie e uma conta "de cartão de crédito" em Lugano, na Suíça, totalizando um patrimônio de R$ 834.469,85.
O primeiro item da declaração é uma casa e terreno nos lotes 6 e 7, localizados no Mirante de Camboinhas, Niterói (RJ), área de mansões da cidade fluminense. Protógenes atribuiu ao imóvel valor de R$ 200 mil e informou que foi adquirido por ele em 19 de junho de 1993. De acordo com Certidão de Registro de Imóveis obtida no dia 15 de outubro de 2010 no 16º Cartório de Niterói, não houve nenhuma transação relativa ao imóvel em 1993. A mais recente foi em 28 de setembro de 1998, quando o local foi adquirido por Andréa de Magalhães Vieira de Stephane Wislin e Henry Bouchardet Fellows. Na mesma certidão, verifica-se que o lote 8 foi anexado aos lotes 6 e 7, informação omitida por Protógenes ao TSE. O terreno ocupa uma área de 1.115 metros quadrados. Imóveis com menor metragem no Mirante de Camboinhas são negociados com valores acima de R$ 1 milhão, cinco vezes o valor declarado pelo então candidato.
O quinto item da declaração é um apartamento no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no valor de R$ 100 mil, adquirido em 20 de setembro de 1993, três meses e um dia após a compra da casa de Niterói. Não é informado o tamanho, ou outras especificações do imóvel, mas o proprietário, mais uma vez, se revela modesto ao fixar o preço de seu bem. Uma quitinete de 28 metros quadrados no mesmo bairro era anunciada pela internet, nesta semana, ao preço de R$ 390 mil.
O item seguinte da declaração é um apartamento na Asa Norte de Brasília, avaliado em R$ 76 mil. O delegado diz que ele está situado no apartamento 504 do bloco J na SQN 116 e informa que foi adquirido de Jorge Peles Sobrinho e outros. Na verdade, o apartamento que Protógenes diz ser dono está na SQS, e não na SQN. A troca de letras implica uma alteração de valores. Os imóveis da Asa Sul são mais valorizados do que os da Asa Norte. Não é só. De acordo com certidão do 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal, datada de 2 de setembro de 2010, Jorge Peles Sobrinho adquiriu o imóvel em 4 de dezembro de 2003 e, depois disso, não consta nenhuma outra movimentação no registro. Para termo de comparação, uma simples quitinete na Asa Norte do Plano Piloto custa cerca de R$ 110 mil.
O padrinho
Três imóveis que integram o patrimônio do delegado-deputado foram presentes que Protógenes Queiroz ganhou de seu "padrinho", o delegado aposentado da Polícia Civil do Rio de Janeiro José Zelman. O hoje deputado ainda era delegado quando Zelman comprou e doou os imóveis a ele. As doações foram feitas no dia 10 de março de 2006, de acordo com as Certidões de Registro dos imóveis, apesar de a data não constar da declaração à Justiça Eleitoral.
Três imóveis que integram o patrimônio do delegado-deputado foram presentes que Protógenes Queiroz ganhou de seu "padrinho", o delegado aposentado da Polícia Civil do Rio de Janeiro José Zelman. O hoje deputado ainda era delegado quando Zelman comprou e doou os imóveis a ele. As doações foram feitas no dia 10 de março de 2006, de acordo com as Certidões de Registro dos imóveis, apesar de a data não constar da declaração à Justiça Eleitoral.
Um deles é o apartamento no Guarujá, localizado na estrada Alexandre Migues Rodrigues. Os outros são um flat e uma vaga na garagem do Edifício Foz Residence Service, em Foz do Iguaçu (PR). O flat e a vaga foram adquiridos por Zelman por R$ 15.500, segundo Certidão de Registros de Imóveis do dia 26 de agosto de 2010. Na declaração, os bens doados aparecem com o valor de R$ 8.767,58. Protógenes foi delegado e morou em Foz do Iguaçu de 2000 a 2002.
De acordo com informações da Companhia Habitacional do Paraná (Cohapar), o valor de mercado de uma casa popular de 40 metros quadrados construída por meio dos projetos da empresa é de R$ 31.614,70. O apartamento do Guarujá, adquirido por Zelman dois meses antes da aquisição do flat de Foz, e avaliado por seu dono em R$ 54.082,32, não é o mesmo em que ele costuma se hospedar no litoral paulista e que não foi declarado.
Bens não declarados
Em julho de 2010, ao investigar Protógenes pelas irregularidades cometidas na Operação Satiagraha, a Polícia Federal vasculhou cinco endereços do ex-delegado: um apartamento no Jardim Botânico, no Rio; um em Brasília; um no Shelton Hotel, em São Paulo; um na Praia das Astúrias, no Guarujá; e outro no Meyer, também no Rio. Os últimos dois imóveis não foram declarados à Justiça eleitoral.
Em julho de 2010, ao investigar Protógenes pelas irregularidades cometidas na Operação Satiagraha, a Polícia Federal vasculhou cinco endereços do ex-delegado: um apartamento no Jardim Botânico, no Rio; um em Brasília; um no Shelton Hotel, em São Paulo; um na Praia das Astúrias, no Guarujá; e outro no Meyer, também no Rio. Os últimos dois imóveis não foram declarados à Justiça eleitoral.
O imóvel do Guarujá está localizado em um dos bairros mais nobres da cidade. Trata-se de um prédio luxuoso, com um apartamento por andar, quatro suítes por unidade, todas com vista para o mar, sala com três ambientes, 251 metros quadrados de área privada e 378 metros quadrados de área total. De acordo com pesquisa feita nas imobiliárias Stand Imóveis e Oceano Imóveis, apartamentos à venda no mesmo condomínio custam acima de R$ 1 milhão. As despesas mensais com IPTU e condomínio passam de R$ 2 mil. A Certidão de Registro de Imóvel, retirada do Registro de Imóveis do Guarujá no dia 14 de setembro de 2010, aponta que o apartamento está no nome da construtora EM Empreendimentos Imobiliários Ltda.
Os veículos Hyundai Santafé — avaliado em R$ 100 mil — e Chevrolet Blazer, utilizados por Protógenes quando, diz ele, foi vítima de atentados, também não foram declarados ao TRE. Em agosto de 2010, seu assessor Yuri Felix confirmou ao site Conversa Afiada, do apresentador de televisão Paulo Henrique Amorim, que Protógenes tivera seu Santafé atingido por um objeto jogado de outro automóvel. Segundo o assessor, o delegado afirmou tratar-se de atentado contra a sua integridade física, na tentativa de assassinato ou de intimidação.
Em outro caso, no dia 17 de janeiro de 2009, o radiador da Blazer que ele conduzia estourou quando o delegado afastado se dirigia do Jardim Botânico a Niterói. Segundo a própria vítima, a explosão resultou em queimaduras de primeiro grau nos pés e lesões pelo corpo. Seu advogado garante que Protógenes não tem carro próprio: "Ele usa carros emprestados e locados", diz Adib Abdouni.
Dinheiro em espécie
É conhecida a ojeriza que Protógenes tenta projetar em relação a banqueiros, pelo menos a um em particular, o dono do Opportunity, Daniel Dantas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Protógenes deu a entender que a aversão ao mercado financeiro é genérica. Ele afirmou ao jornal que "não tem coragem de deixar seu dinheiro em banco" e, por isso, guarda R$ 284 mil em dinheiro vivo em casa "por segurança". "A máfia, as organizações criminosas, tentam clonar cheques. Faço isso [deixar dinheiro em casa] desde 2000. O salário entra, eu retiro e deixo em casa. Sob o ponto de vista legal, não tem problema", afirmou ao jornal. Do ponto de vista financeiro, o dono do dinheiro deixa de ganhar R$ 1.700 por mês, caso aplicasse esse valor na caderneta de poupança. Os maços de dinheiro que Protógenes guarda em casa representam 34% do patrimônio total declarado ao TSE.
É conhecida a ojeriza que Protógenes tenta projetar em relação a banqueiros, pelo menos a um em particular, o dono do Opportunity, Daniel Dantas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Protógenes deu a entender que a aversão ao mercado financeiro é genérica. Ele afirmou ao jornal que "não tem coragem de deixar seu dinheiro em banco" e, por isso, guarda R$ 284 mil em dinheiro vivo em casa "por segurança". "A máfia, as organizações criminosas, tentam clonar cheques. Faço isso [deixar dinheiro em casa] desde 2000. O salário entra, eu retiro e deixo em casa. Sob o ponto de vista legal, não tem problema", afirmou ao jornal. Do ponto de vista financeiro, o dono do dinheiro deixa de ganhar R$ 1.700 por mês, caso aplicasse esse valor na caderneta de poupança. Os maços de dinheiro que Protógenes guarda em casa representam 34% do patrimônio total declarado ao TSE.
O deputado tem isso em comum com outros políticos como a presidente Dilma Rousseff (PT), que declarou ter R$ 113 mil em espécie, e de Orestes Quércia, morto em dezembro último, que, ao registrar sua candidatura ao Senado nas últimas eleições, declarou guardar R$ 1,28 milhão em casa.
Dinheiro na Suíça
Perseguidor implacável de crimes financeiros como a evasão de dinheiro, o delegado afastado da Polícia Federal tem uma conta na Suíça, que à época do registro de sua candidatura tinha saldo de R$ 11.912,96. O advogado de Protógenes, Adib Abdouni, explica que a conta foi aberta pela Fifa para reembolso de despesas de passagens e alimentação. Em Lugano, não há qualquer escritório da Fifa e os maiores bancos suíços estão em Genebra e em Zurique. Abdouni não respondeu por que reembolsar na Suíça as compras de passagens feitas no Brasil.
Perseguidor implacável de crimes financeiros como a evasão de dinheiro, o delegado afastado da Polícia Federal tem uma conta na Suíça, que à época do registro de sua candidatura tinha saldo de R$ 11.912,96. O advogado de Protógenes, Adib Abdouni, explica que a conta foi aberta pela Fifa para reembolso de despesas de passagens e alimentação. Em Lugano, não há qualquer escritório da Fifa e os maiores bancos suíços estão em Genebra e em Zurique. Abdouni não respondeu por que reembolsar na Suíça as compras de passagens feitas no Brasil.
Protógenes passou a viajar com frequência à sede da Fifa, em Zurique, desde que, por indicação da Confederação Brasileira de Futebol, tornou-se membro da Comissão de Segurança nos Estádios da gerente-geral do futebol mundial.
A reportagem da revista Consultor Jurídico telefonou para Protógenes, mas o deputado não atendeu o telefone para comentar o caso. Segundo informações de sua secretária, ele passa férias com a família em Salvador.
Seu advogado, Adib Abdouni, afirmou que todos os bens que o ex-delegado possui foram declarados à Justiça Eleitoral. No caso dos imóveis, o que pode ter acontecido é de as escrituras não terem sido passadas para seu nome no momento em que a declaração foi entregue.
Desde 2002, o TSE impôs a obrigatoriedade da apresentação da relação de bens do candidato para obter o registro da candidatura. A partir de 2010, a Justiça passou a aceitar a relação de bens constantes da Declaração do Imposto de Renda entregue anualmente à Receita Federal. Também é permitido ao candidato fazer uma declaração genérica dos bens, sem grandes detalhamentos, apenas informando o tipo de bem e o valor, por meio do programa Candex. Segundo o TSE, a intenção da medida é dar mais transparência sobre a vida pregressa do candidato.
A fiscalização dos valores declarados pelos candidatos é feita pelo Ministério Público Eleitoral. Também há o cruzamento de dados entre as informações fornecidas pelos candidatos ao Tribunal Regional Eleitoral e à Receita Federal. Apesar das boas intenções da Justiça Eleitoral, as declarações apresentadas costumam ser verdadeiras obras de ficção econômica.
Em entrevista a Folha, durante a campanha eleitoral, o delegado afirmou que tem "patrimônio de quem trabalha honestamente". Afirmou também que, como delegado da PF, fazia jus a um salário de R$ 14 mil, remuneração que diz ter recebido por dez anos.
Protógenes ingressou na Polícia Federal em 1998. Em 2008 foi afastado administrativamente de suas funções na PF, em razão de irregularidades cometidas durante a Operação Satiagraha, investigação de supostos crimes financeiros cometidos pelo banqueiro Daniel Dantas, que ele conduziu. No ano passado, Protógenes foi condenado pela Justiça Federal a três anos e quatro meses de prisão pelos crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual. A pena privativa de liberdade foi substituída por restrição de direitos.
A condenação e os deslizes cometidos durante a investigação sobre suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo Daniel Dantas não impediu sua eleição à Câmara dos Deputados, pelo PCdoB. Protógenes elegeu-se deputado federal com 94.906 votos — que somados às sobras da estrondosa votação de seu colega de coligação Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca (PR-SP), garantiram-lhe o quociente eleitoral dos eleitos. Em sua campanha, Protógenes usou como trunfo a prisão do banqueiro e ações contra políticos. Entre eles, o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), preso por ele em 2005.
Veja a relação de bens declarados por Protógenes ao TSE:
- Casa e terreno, lotes 6 e 7, Rua 143, Quadra 297, Mirante de Camboinhas, Niterói. Adquirido em 19 de junho de 1993 — R$ 200 mil
- Casa no lote 24, Quadra 90, Rua Macaé Trindade, São Gonçalo, Niterói. Adquirida em 20 de maio de 1965 — R$ 50 mil
- Ações ordinárias 5.191 e 13.522, preferenciais da Telebrás — R$ 1.350
- Dinheiro em espécie — R$ 284 mil
- Apartamento XXX, rua Jardim Botânico, XXX. Adquirido em 20 de setembro de 1993 — R$ 100 mil
- Apartamento XXX, SQN 116, Bloco J. Adquirido de Jorge Peles Sobrinho e outros — R$ 76.045
- Apartamento XX e vaga de garagem 18, situado na Estrada Alexandre Migues Rodrigues, XXX, Guarujá. Adquirido através de doação de José Zelman — R$ 54.082,32
- Apartamento XX do edifício Foz Residence Service, em Foz de Iguaçu. Adquirido através de doação de José Zelman — R$ 8.767,58
- Vaga de garagem 4 localizada no sub-solo do Edifício Foz Residence Service. Adquirida através de doação de José Zelman — R$ 2.325,03
- Caixa Consórcios S/A Administradora de Consórcios – Constribuições efetuadas até 31 de dezembro de 2007 — R$ 11.912,96
- Comecard Corner Bank LTD – Agência Lugano. Conta aberta pela FIFA em setembro de 2008 para reembolso de despesas com passagens aéreas e alimentação — R$ 11.912,96
- Saldo VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre — R$ 34.074
Total: R$ 834.469,85
Fonte: TSE
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
PRESIDENTE DA EMASA E RADIALISTA TROCAM MURRO EM REUNIÃO DA PREFEITURA
Um espetáculo deprimente foi protagonizado nesta noite pelo presidente da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), Alfredo Melo, e o radialista Elivaldo Cabral, na sede da Usemi. Alfredo Melo participava de uma reunião do prefeito Capitão Azevedo (DEM) com os ocupantes de cargos comissionados.
A troca de gentilezas começou quando a dupla ía ao banheiro da sede da Usemi, na avenida Manoel Chaves. Os dois discutiram e o radialista desferiu um murro no presidente da Emasa e ex-colega de Partido Verde. A pancadaria foi generalizada.
Ocupantes de cargos de confiança saíram em defesa de Alfredo e impediram um vexame ainda maior. “A turma que livrou o presidente foi a mesma que impediu troca de murros entre Alfredo e o diretor financeiro da Emasa, Juscelino Azevedo, irmão do prefeito, dias atrás”, relata uma testemunha dos dois entreveros.
OAB: JUSTIÇA CONSIDERA EXAME INCONSTITUCIONAL
Do site Última Instância:
O juiz federal Julier Sebastião da Silva, titular da 1ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá (MT), concedeu liminar determinando que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) inscreva o bacharel em direito Davi Soares de Miranda como advogado sem exigir aprovação no Exame de Ordem.
O estudante ingressou com um mandado de segurança em outubro de 2009 e agora teve o pedido deferido pelo magistrado – que seguiu o mesmo entendimento do desembargador Vladimir Souza Carvalho, do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região). Este já havia considerado a aplicação do exame inconstitucional.
MONALISA SUMIU
A ex-prefeita de Ibicaraí, Monalisa Tavares (PMDB), tomou chá de sumiço desde quando a Polícia Federal a indiciou por fortes indícios de corrupção no período em que ela esteve à frente do governo municipal. A médica tem evitado aparições públicas.Monalisa é investigada por irregularidades e desvios nas áreas de saúde e educação no período em que governou a antiga Palestina, entre 2005 e 2008.
Já em dezembro de 2008, a ex-”Rainha do Arrocha” foi surpreendida pela presença ostensiva de agentes da Polícia Federal na porta de casa e do centro administrativo na Operação Vassoura-de-Bruxa. Ela está entre os mais de 100 indiciados pela PF.
Com Informações: Seu Pimenta.
Lula e ex-ministro são acusados de favorecer banco
Acusação de improbidade
O Ministério Público Federal no Distrito Federal ajuizou Ação Civil Pública no Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Previdência Social, Amir Francisco Lando, por improbidade administrativa. O MPF-DF os acusa de terem utilizado a máquina pública para promoção pessoal e para favorecer o Banco BMG, envolvido no esquema do mensalão.
O ato de improbidade administrativa tratado na ação é o envio irregular de 10,6 milhões de cartas enviadas aos segurados do INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) entre outubro e dezembro de 2004, nas quais se informava a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. Para garantir a devolução dos valores gastos com o envio das correspondências, o MPF-DF pede, em liminar, o bloqueio de bens dos acusados.
Na ação, o MPF-DF pede que o Supremo Tribunal Federal submeta os acusados, que são agentes políticos, ao regime de improbidade administrativa da Lei 8.429/92. O MPF-DF explica que da última vez que esse tema foi analisado pela corte, só faziam parte do Supremo três dos ministros que atualmente o compõem, de modo a afirmar que mais da metade da composição atual do tribunal já se pronunciou no sentido de aplicar a lei aos agentes políticos.
Com isso, o MPF-DF pretende que o ex- presidente e o ex-ministro sejam condenados pelo desrespeito ao artigo 11°, caput, e inciso I de tal lei, que determina o seguinte: “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência”.
O MPF-DF alega que o conteúdo das correspondências, que custaram aproximadamente R$ 9,5 mihões aos cofres públicos, era propagandístico. Isso porque não havia interesse público no envio delas, já que a lei que permitia aos segurados fazerem empréstimos consignados tinha sido sancionada dez meses antes. E a única novidade na época do envio foi o convênio entre o Banco BMG e o INSS.
Segundo o Ministério Público, com esse ato houve o favorecimento do Banco BMG, que era a única instituição particular apta a operar os empréstimos consignados, já que esse tipo de empréstimo era novo naquela época. O convênio entre o banco e o INSS durou duas semanas, mas processos desse tipo costumam demorar dois meses.
O MPF-DF alegou também que como nas cartas havia a assinatura do então presidente da República e do ex-ministro da Previdência, o ato serviu para os promover, e desrespeitou o artigo 37, parágrafo 1° da Constituição Federal, que diz que: “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
De acordo com investigação feita pelo MPF-DF e pelo Tribunal de Contas da União, o envio das cartas foi feito a pedido do então chefe de gabinete do ministro da Previdência Social. Contudo, a emissão e impressão das correspondências foi feita pela Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) sem que fosse firmado um contrato formal para tanto, o que é ilegal. Só depois que as cartas começaram a ser produzidas é que a Dataprev encaminhou uma proposta de contrato ao INSS, que foi respondida quatro meses depois, quando mais de 11 milhões de cartas já haviam sido impressas e pelo menos 10,5 milhões enviadas.
Como o INSS não reconheceu a dívida, só pagou R$7,6 milhões pela postagem das cartas já expedidas, e os custos de emissão e impressão, de aproximadamente R$ 1,9 milhão, foram pagos pela Dataprev. Porém, em nenhum dos casos o pagamento foi autorizado regularmente. E no caso po pagamento feito pelo INSS aos Correios os valores foram mais altos do que os de mercado, alega o MPF-DF.
Depois que o TCU identificou essas irregularidades, o INSS e a Dataprev interromperam a produção e expedição das cartas e, no ano seguinte, destruíram mais de meio milhão delas.
Se forem condenados pela Justiça, os acusados poderão, ainda, ter os direitos políticos suspensos, pagar multa, ficar proibidos de contratar ou receber benefícios do Poder Público, e perder a função pública ou aposentadoria, se for o caso. A ação está em fase de citação dos réus e tramita na 13ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. Com informações da Assessoria de Imprensa da Procuradoria da República no Distrito Federal.
Ação Civil Pública 7807-082011.4.01.3400
Leia aqui a íntegra da Ação Civil Pública ajuizada pelo MPF-DF
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Com Lei Tiririca , começa reforma política
A proposta de reforma política que começa a ser debatida no Congresso, a partir de terça-feira (22), deve aprovar uma mudança radical na eleição de deputados. Há uma grande chance de os partidos condenarem à morte o atual sistema proporcional, baseado em coeficiente eleitoral. No lugar entraria o voto majoritário simples. Traduzindo: quem tem mais votos é eleito.
Hoje, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação. Levando em conta esse resultado, o partido tem direito a um número de eleitos, mesmo que alguns tenham menos votos que outros candidatos.
A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos, geralmente representado por algum político importante ou por celebridades. Tanto que a proposta do voto majoritário simples foi, ironicamente, apelidada de "Lei Tiririca" - ela impedirá justamente a repetição do fenômeno provocado pela eleição do palhaço, deputado pelo PR de São Paulo.
Tiririca teve 1,35 milhão de votos e ajudou a eleger candidatos bem menos votados, como Vanderlei Siraque (PT-SP), que somou 93 mil votos, menos que outros dez candidatos não eleitos.
Em eleições passadas, outros puxadores levaram a Brasília uma bancada de candidatos nanicos, como Enéas Carneiro e Clodovil Hernandez, ambos já falecidos e campeões de votos em 2002 e 2006, respectivamente. Há nove anos, Enéas foi escolhido por 1,5 milhão de eleitores e puxou mais quatro deputados, incluindo Vanderlei Assis de Souza, com ínfimos 275 votos.
Se aprovada, a "Lei Tiririca" vai gerar um imediato efeito colateral: tornará inúteis as coligações partidárias nas eleições proporcionais. Hoje, os partidos se aliam para formar chapas para somar forças e produzir um alto coeficiente. Na nova regra, uma aliança partidária não produz qualquer efeito.
Unificação. Outra mudança em debate é a unificação das eleições e a coincidência de mandatos. A proposta é de consenso difícil, mas tem alguma chance de ser aprovada se entrar em vigor para eleições futuras, sem afetar os direitos de quem tem mandato e pode se reeleger.
Se houver consenso, os próximos prefeitos e vereadores serão eleitos em 2012 para mandato de dois ou de seis anos. No primeiro caso, menos provável, as eleições unificadas ocorreriam já em 2014.
Se for um mandato de seis anos, a unificação ficaria para 2018.
Apesar da complexidade da proposta e do lado pouco prático - criaria uma supereleição em um único dia -, a ideia da reforma política, desta vez, é que ela não cometa o erro de sempre: uma debate inchado de propostas que, apesar de defendida como prioritária por todos os políticos, sempre acaba patinando. Pior: alterações significativas, como fidelidade partidária, verticalização das alianças e seu fim, acabaram sendo decididas por ordem do Poder Judiciário.
Apesar da complexidade da proposta e do lado pouco prático - criaria uma supereleição em um único dia -, a ideia da reforma política, desta vez, é que ela não cometa o erro de sempre: uma debate inchado de propostas que, apesar de defendida como prioritária por todos os políticos, sempre acaba patinando. Pior: alterações significativas, como fidelidade partidária, verticalização das alianças e seu fim, acabaram sendo decididas por ordem do Poder Judiciário.
Por isso, veteranos do debate acreditam que a reforma só tem chance de passar se for restrita a poucos pontos. Em 2009, o Senado aprovou um texto que a Câmara ignorou, por não ter sido negociado em comum acordo. "Se vierem poucos pontos, pode sair. Caso contrário, não", diz o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), principal líder político do partido que, no passado, ajudou a derrubar o projeto que criava a cláusula de barreira para legendas que não somassem 5% do total de votos para a Câmara Federal, o que praticamente inviabilizaria a atividade desses partidos.
Autor: Do Estadão
Primeiro Juiz punido por conduta inadequada s diz desiludido.
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em sessão pública realizada dia 7 de fevereiro último, de forma inédita, condenou um juiz de primeira instância à perda do cargo. Os desembargadores entenderam, à unanimidade, que Marcelo Colombelli Mezzomo, da Comarca de Três Passos (a 478km da capital), não reunia mais condições de envergar a toga, depois de ser acusado de ‘‘conduta inadequada’’ em uma sorveteria da cidade – fato que gerou um Boletim de Ocorrência e, em decorrência, um Procedimento Administrativo Disciplinar no tribunal. Os fatos aconteceram às primeiras horas do dia 29 de maio do ano passado.
O pivô do imbróglio foi uma jovem atendente, nora da dona do estabelecimento. A garota se sentiu constrangida diante do olhar de Mezzomo, classificado por sua sogra como “atrevido”. Ele nega ter feito comentários impróprios, mas confirma um elogio à beleza da moça. Para o relator do processo, desembargador Luiz Ari Azambuja Ramos, a certeza dos fatos noticiados está alicerçada na firme versão das proprietárias da sorveteria.
Antes deste julgamento — que lhe impôs um revés definitivo, já que não recorreu da decisão —, o então magistrado já havia sofrido pena de censura por se envolver num acidente de trânsito e respondia a outros processos por conduta inconveniente. Em dezembro, Marcelo chegou a pedir sua exoneração, pois já se declarava desencantado com o Judiciário — o que foi negado até o dia do julgamento. Ele estava afastado da jurisdição desde julho de 2010.
Em entrevista exclusiva concedida à Consultor Jurídico, o primeiro juiz gaúcho a ser exonerado por conduta inadequada se diz desencantado com o Judiciário: ‘‘Sou um indivíduo de ação, me sentia frustrado’’. Ele dá a atender que se sentiu aliviado com a decisão do Tribunal de Justiça. “Quanto ao questionamento de como me sinto? Ótimo, agora, poderei desenvolver minhas potencialidades na sua plenitude e produzir muito mais pela sociedade gaúcha, além de me realizar muito mais como pessoa.”
O ex-juiz também acumulava críticas por se recusar a aplicar a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), por considerá-la ‘‘inconstitucional e violadora da igualdade entre homens e mulheres’’. Muitas vezes, quando na titularidade da 2ª Vara Criminal de Erechim, referia em suas sentenças que ‘‘o equívoco desta lei foi pressupor uma condição de inferioridade da mulher, que não é a realidade da Região Sul do Brasil, nem de todos os casos, seja onde for"; e que "perpetuar esse tipo de perspectiva é fomentar uma visão preconceituosa, que desconhece que as mulheres, hoje, são chefes de muitos lares e metade da força de trabalho do país".
Marcelo Mezzomo nasceu em 25 de setembro de 1974, no município gaúcho de Lagoa Vermelha, e é separado. Foi sargento do Exército, entre janeiro de 1995 e junho de 1997; estagiário da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul (PGE), de novembro de 2000 a setembro de 2002; e servidor do Ministério Público Estadual, de setembro de 2002 a junho de 2007. Ingressou na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em setembro de 1996, concluindo o curso de Direito em agosto de 2002. No início de 2003, começou a prestar concurso para a Magistratura — o que se estendeu até setembro de 2006. Tomou posse como magistrado em 25 de junho de 2007, jurisdicionando as comarcas de Erechim, Planalto e Três Passos.
A partir de agora, pretende abrir o seu escritório de advocacia e dar aulas.
Leia a entrevista:
ConJur — O senhor acaba de entrar para a história do Judiciário gaúcho como o primeiro magistrado a perder o cargo por ato de exoneração. Como se sente? Foi um desfecho justo?
Marcelo Colombelli Mezzomo — De fato, administrativamente, creio que foi o primeiro caso, o que se deveu ao fato de eu ainda não ser vitaliciado, pois, se fosse, teria sido aposentado com tempo proporcional. Se há casos onde este tipo de aposentadoria compulsória ocorreu, não sei. Quanto ao questionamento de como me sinto? Ótimo, agora, poderei desenvolver minhas potencialidades na sua plenitude e produzir muito mais pela sociedade gaúcha, além de me realizar muito mais como pessoa. Quanto ao desfecho ter sido justo, há alguns prismas sob os quais se pode analisar a questão. Inicialmente, insta consignar que apenas um fato estava em apuração no feito, e, portanto, a priori, tecnicamente não é correta a menção como elemento de convicção para decidir de outros processos, salvo os que tivessem trânsito em julgado. Os fatos em apuração nestes outros feitos devem ser avaliados nos respectivos processos, e em nenhum outro lugar. Somente após eventual aplicação de penalidade e trânsito em julgado poderiam ser utilizados como elementos de embasamento em decisão, isso tudo em observância ao devido processo legal e ao princípio da inocência, que norteia a ampla defesa. Ainda há a considerar a questão da proporcionalidade. Considerada a premissa de que somente o fato objeto do processo poderia ser tomado em linha de conta, e tendo-o isoladamente considerado, parece-me que a punição é um tanto desproporcional. Mas como referi, pouco me importa se o julgamento foi justo ou não, proporcional ou não, importa-me, isso sim, o fato de que me concedeu aquilo que eu queria, que era deixar o Judiciário. A ausência de recurso contra a decisão da minha parte não implica, por conseguinte, aceitação da justiça ou do acerto da decisão, mas simplesmente significa que não tenho interesse em recorrer. Aliás, seria incoerente pedir demissão e depois, e eu já tinha pedido em dezembro. Simplesmente, não me interessa mais permanecer no Judiciário.
Marcelo Colombelli Mezzomo — De fato, administrativamente, creio que foi o primeiro caso, o que se deveu ao fato de eu ainda não ser vitaliciado, pois, se fosse, teria sido aposentado com tempo proporcional. Se há casos onde este tipo de aposentadoria compulsória ocorreu, não sei. Quanto ao questionamento de como me sinto? Ótimo, agora, poderei desenvolver minhas potencialidades na sua plenitude e produzir muito mais pela sociedade gaúcha, além de me realizar muito mais como pessoa. Quanto ao desfecho ter sido justo, há alguns prismas sob os quais se pode analisar a questão. Inicialmente, insta consignar que apenas um fato estava em apuração no feito, e, portanto, a priori, tecnicamente não é correta a menção como elemento de convicção para decidir de outros processos, salvo os que tivessem trânsito em julgado. Os fatos em apuração nestes outros feitos devem ser avaliados nos respectivos processos, e em nenhum outro lugar. Somente após eventual aplicação de penalidade e trânsito em julgado poderiam ser utilizados como elementos de embasamento em decisão, isso tudo em observância ao devido processo legal e ao princípio da inocência, que norteia a ampla defesa. Ainda há a considerar a questão da proporcionalidade. Considerada a premissa de que somente o fato objeto do processo poderia ser tomado em linha de conta, e tendo-o isoladamente considerado, parece-me que a punição é um tanto desproporcional. Mas como referi, pouco me importa se o julgamento foi justo ou não, proporcional ou não, importa-me, isso sim, o fato de que me concedeu aquilo que eu queria, que era deixar o Judiciário. A ausência de recurso contra a decisão da minha parte não implica, por conseguinte, aceitação da justiça ou do acerto da decisão, mas simplesmente significa que não tenho interesse em recorrer. Aliás, seria incoerente pedir demissão e depois, e eu já tinha pedido em dezembro. Simplesmente, não me interessa mais permanecer no Judiciário.
ConJur — Afinal, qual a conduta que se espera de um magistrado na sociedade?
Marcelo Mezzomo — Isso deve ser perguntado à sociedade. Ela é que deve definir de acordo com sua realidade atual. Este parâmetro deve evoluir e não pode ficar vinculado a arquétipos arcaicos. Vejo o cargo de magistrado como qualquer outro cargo público, e, por conseguinte, não acho que o comportamento do magistrado deva ser diferente do que qualquer outro servidor público. Este, a meu juízo, deve ser o parâmetro. Por outro lado, creio que se meu comportamento era tão inadequado, não teria sido pedida minha permanência em duas das três comarcas onde jurisdicionei. Em Erechim, foi enviado ao TJ-RS um abaixo-assinado, firmado por centenas de populares, solicitando a minha permanência na comarca, tendo em vista o trabalho contra as drogas e delinquência juvenil que realizei nas escolas da região (18 municípios). Em Planalto, foi enviado à Presidência do TJ-RS um pedido subscrito pelos advogados da comarca e pelo prefeito, solicitando minha permanência na cidade. Tirem suas conclusões.
Marcelo Mezzomo — Isso deve ser perguntado à sociedade. Ela é que deve definir de acordo com sua realidade atual. Este parâmetro deve evoluir e não pode ficar vinculado a arquétipos arcaicos. Vejo o cargo de magistrado como qualquer outro cargo público, e, por conseguinte, não acho que o comportamento do magistrado deva ser diferente do que qualquer outro servidor público. Este, a meu juízo, deve ser o parâmetro. Por outro lado, creio que se meu comportamento era tão inadequado, não teria sido pedida minha permanência em duas das três comarcas onde jurisdicionei. Em Erechim, foi enviado ao TJ-RS um abaixo-assinado, firmado por centenas de populares, solicitando a minha permanência na comarca, tendo em vista o trabalho contra as drogas e delinquência juvenil que realizei nas escolas da região (18 municípios). Em Planalto, foi enviado à Presidência do TJ-RS um pedido subscrito pelos advogados da comarca e pelo prefeito, solicitando minha permanência na cidade. Tirem suas conclusões.
ConJur — O senhor teve alguma dificuldade em cumprir ou se adequar a certas formalidades e exigências quando assumiu?
Marcelo Mezzomo —Apenas ao formalismo com que as pessoas se dirigem ao juiz, algo que nunca me apeteceu. Sempre tratei as pessoas com o mínimo de formalidade possível e dispensava o “excelência”. Não vejo sentido em cerimonial e formalidade. O importante é a finalidade, a missão: resolver os problemas e os conflitos.
Marcelo Mezzomo —Apenas ao formalismo com que as pessoas se dirigem ao juiz, algo que nunca me apeteceu. Sempre tratei as pessoas com o mínimo de formalidade possível e dispensava o “excelência”. Não vejo sentido em cerimonial e formalidade. O importante é a finalidade, a missão: resolver os problemas e os conflitos.
ConJur — A partir de que momento o senhor se decepcionou com a carreira e por quê?
Marcelo Mezzomo —A partir do momento em que me senti engessado, vendo muitos problemas, muitas coisas erradas e nada podendo fazer. A jurisdição é inerte, e o juiz não pode sair atrás dos problemas; eles têm que vir em processos e na forma com que neles se apresentam resolvidos. Isso comecei a verificar nas 53 palestras que ministrei, gratuitamente, em 18 municípios de quatro comarcas, onde pude ter contato com os problemas e as reivindicações das comunidades. O jeito informal com que sempre tratei a todos me permitiu um contato mais próximo com a população e uma visão privilegiada dos seus problemas e anseios. Sou um indivíduo de ação. Me sentia frustrado. O que eu pude fazer fiz, mas era pouco em vista do que eu queria fazer para resolver estes problemas. Outro aspecto é que a atividade do cargo, hoje, acaba por se tornar um tanto maçante intelectualmente e muito repetitiva, o que se deve ao fato de que as demandas são em sua maioria repetitivas. Não conseguia me ver 10 anos à frente dando os mesmo despachos nas mesmas espécies de ações. Hoje, este tipo de demanda repetitiva abarca talvez mais de 75% da jurisdição cível. Estava em uma condição em que não lograva desenvolver todas as minhas potencialidades, e isso me trazia muita insatisfação pessoal, que não é contraposta pela segurança, remuneração ou status do cargo, pelo menos não pra mim.
Marcelo Mezzomo —A partir do momento em que me senti engessado, vendo muitos problemas, muitas coisas erradas e nada podendo fazer. A jurisdição é inerte, e o juiz não pode sair atrás dos problemas; eles têm que vir em processos e na forma com que neles se apresentam resolvidos. Isso comecei a verificar nas 53 palestras que ministrei, gratuitamente, em 18 municípios de quatro comarcas, onde pude ter contato com os problemas e as reivindicações das comunidades. O jeito informal com que sempre tratei a todos me permitiu um contato mais próximo com a população e uma visão privilegiada dos seus problemas e anseios. Sou um indivíduo de ação. Me sentia frustrado. O que eu pude fazer fiz, mas era pouco em vista do que eu queria fazer para resolver estes problemas. Outro aspecto é que a atividade do cargo, hoje, acaba por se tornar um tanto maçante intelectualmente e muito repetitiva, o que se deve ao fato de que as demandas são em sua maioria repetitivas. Não conseguia me ver 10 anos à frente dando os mesmo despachos nas mesmas espécies de ações. Hoje, este tipo de demanda repetitiva abarca talvez mais de 75% da jurisdição cível. Estava em uma condição em que não lograva desenvolver todas as minhas potencialidades, e isso me trazia muita insatisfação pessoal, que não é contraposta pela segurança, remuneração ou status do cargo, pelo menos não pra mim.
ConJur — Meses antes do julgamento final do Órgão Especial do TJ-RS, que culminou com sua saída, o senhor tomou a iniciativa de deixar o cargo, o que foi sustado. Este pedido de demissão estava ligado ao seu desencanto com o Judiciário ou tinha a ver com o processo?
Marcelo Mezzomo —Absolutamente nada tinha a ver com o processo o pedido de exoneração. Se eu estivesse preocupado com o resultado do processo, iria agora recorrer. O fato de eu não recorrer evidencia que, efetivamente, o que eu queria era deixar o Judiciário e não evitar o julgamento ou suas consequencias, mesmo porque havia outros processos em curso, inclusive o que tratava do meu vitaliciamento. Aliás, em dois e-mails que enviei ao TJ-RS, em dezembro e janeiro, eu mesmo solicitei que, no julgamento, fosse acatada a proposta de penalidade que já havia sido cogitada por ocasião da abertura do processo; ou seja, a exoneração. Há muito tempo, o pessoal que comigo trabalhava mais proximamente e mesmo alguns advogados das comarcas onde jurisdicionei sabiam do meu desejo de deixar o Judiciário.
Marcelo Mezzomo —Absolutamente nada tinha a ver com o processo o pedido de exoneração. Se eu estivesse preocupado com o resultado do processo, iria agora recorrer. O fato de eu não recorrer evidencia que, efetivamente, o que eu queria era deixar o Judiciário e não evitar o julgamento ou suas consequencias, mesmo porque havia outros processos em curso, inclusive o que tratava do meu vitaliciamento. Aliás, em dois e-mails que enviei ao TJ-RS, em dezembro e janeiro, eu mesmo solicitei que, no julgamento, fosse acatada a proposta de penalidade que já havia sido cogitada por ocasião da abertura do processo; ou seja, a exoneração. Há muito tempo, o pessoal que comigo trabalhava mais proximamente e mesmo alguns advogados das comarcas onde jurisdicionei sabiam do meu desejo de deixar o Judiciário.
ConJur — O que de fato aconteceu na sorveteria? Estava ‘‘alterado’’, como relata a testemunha? O senhor assediou a moça?
Marcelo Mezzomo —Como disse já várias vezes, nada de mais ocorreu. Um elogio normal. Inclusive, nas reportagens, consta que somente registraram ocorrência após saberem, por outros, que eu era juiz. E o fizeram por receio de uma eventual represália, coisa que eu jamais faria e que juiz algum faria, pois sequer se tem este poder. Ou seja, o registro foi pelo receio de ser um juiz e de uma imaginada e irreal represália, e não pelos fatos em si, sendo que sequer houve representação no feito criminal. O registro policial foi arquivado logo depois. A pretensa alteração mencionada é, antes, fruto da interpretação equivocada das pessoas do que de qualquer outra coisa. Outrossim, recordo que o termo “assédio” tem uma tipificação legal específica, e a conduta descrita legalmente jamais se amoldaria ao caso, onde não havia nenhuma hierarquia, não houve nenhuma espécie de pressão ou ameaça. Portanto, se há algo que não houve foi assédio, e este termo está sendo mal-usado por falta de conhecimento de quem o tem utilizado.
Marcelo Mezzomo —Como disse já várias vezes, nada de mais ocorreu. Um elogio normal. Inclusive, nas reportagens, consta que somente registraram ocorrência após saberem, por outros, que eu era juiz. E o fizeram por receio de uma eventual represália, coisa que eu jamais faria e que juiz algum faria, pois sequer se tem este poder. Ou seja, o registro foi pelo receio de ser um juiz e de uma imaginada e irreal represália, e não pelos fatos em si, sendo que sequer houve representação no feito criminal. O registro policial foi arquivado logo depois. A pretensa alteração mencionada é, antes, fruto da interpretação equivocada das pessoas do que de qualquer outra coisa. Outrossim, recordo que o termo “assédio” tem uma tipificação legal específica, e a conduta descrita legalmente jamais se amoldaria ao caso, onde não havia nenhuma hierarquia, não houve nenhuma espécie de pressão ou ameaça. Portanto, se há algo que não houve foi assédio, e este termo está sendo mal-usado por falta de conhecimento de quem o tem utilizado.
ConJur — Antes deste episódio, o senhor já respondia a três processos, por conduta inadequada. Que casos são esses? Qual o desfecho?
Marcelo Mezzomo —Um era relativo a um acidente de trânsito, sem vítimas e com danos leves, mais precisamente uma sinaleira e um canto de pára-choque, pelo que recordo. Neste, fui censurado. Os outros dois não são casos graves, mas não posso especificá-los, pois os processos tramitam em sigilo — ainda que agora tenham perdido o objeto. Este sigilo é criado em benefício da parte, mas também para preservação da instituição. Por isso, não posso revelar seu conteúdo, já que a situação não diz respeito somente a mim. Todavia, é fácil descobrir. Pelo que soube, os fatos tratados nestes outros dois processos que não foram julgados já foram amplamente noticiados pela imprensa.
Marcelo Mezzomo —Um era relativo a um acidente de trânsito, sem vítimas e com danos leves, mais precisamente uma sinaleira e um canto de pára-choque, pelo que recordo. Neste, fui censurado. Os outros dois não são casos graves, mas não posso especificá-los, pois os processos tramitam em sigilo — ainda que agora tenham perdido o objeto. Este sigilo é criado em benefício da parte, mas também para preservação da instituição. Por isso, não posso revelar seu conteúdo, já que a situação não diz respeito somente a mim. Todavia, é fácil descobrir. Pelo que soube, os fatos tratados nestes outros dois processos que não foram julgados já foram amplamente noticiados pela imprensa.
ConJur — Por que o senhor nunca aplicou a Lei Maria da Penha?
Marcelo Mezzomo —Porque ela é inconstitucional. Simplificadamente, ela introduziu uma nova diferenciação no tratamento entre homens e mulheres, quando o texto constitucional estabeleceu que eles seriam iguais nos termos “desta Constituição”; ou seja, nos termos da redação de 1988, não se podendo criar novas hipóteses, tendo em conta o artigo 60, parágrafo 4º da Constituição Federal. Nas cláusulas pétreas e no texto de 1988 não existe autorização expressa acerca da possibilidade do tratamento diferenciado na questão de que trata da lei. Vale lembrar que, sendo a igualdade a regra, a exceção tem de ser expressa. Minha fundamentação é técnica, de ordem constitucional, nada tem com machismo ou coisa que o valha. Ninguém conseguiu resolver satisfatoriamente o problema hermenêutico e legal que apontei. Erram os que invocam a questão da igualdade formal e material. Não questiono a possibilidade de tratamento desigual aos desiguais. A questão é outra: a Constituição permite este tratamento diferenciado no caso específico? Ele não ofende os artigos 5º, inciso I, e 60, parágrafo 4º, da CF/88? Quem quiser saber mais, leia, de minha autoria, “Conhecendo a Inconstitucionalidade da Lei de Violência Doméstica”, e, principalmente,“ Violência Doméstica, Constitucionalização Hermenêutica e Aplicação do CPC”, sendo que, neste último, apontei a solução simples, seja com alteração do texto ou mediante interpretação conforme a Constituição e sem redução de texto, que constitucionalizaria a lei. Aí, restaria somente o problema da falta de estrutura de apoio para dar boa aplicação à lei, outra questão desconhecida da população em geral, que não sabe que, hoje, as medidas acabam em sua maioria por se transformar em exortações vazias e inócuas diante da falta de uma estrutura executiva que lhes dê efetividade.
Marcelo Mezzomo —Porque ela é inconstitucional. Simplificadamente, ela introduziu uma nova diferenciação no tratamento entre homens e mulheres, quando o texto constitucional estabeleceu que eles seriam iguais nos termos “desta Constituição”; ou seja, nos termos da redação de 1988, não se podendo criar novas hipóteses, tendo em conta o artigo 60, parágrafo 4º da Constituição Federal. Nas cláusulas pétreas e no texto de 1988 não existe autorização expressa acerca da possibilidade do tratamento diferenciado na questão de que trata da lei. Vale lembrar que, sendo a igualdade a regra, a exceção tem de ser expressa. Minha fundamentação é técnica, de ordem constitucional, nada tem com machismo ou coisa que o valha. Ninguém conseguiu resolver satisfatoriamente o problema hermenêutico e legal que apontei. Erram os que invocam a questão da igualdade formal e material. Não questiono a possibilidade de tratamento desigual aos desiguais. A questão é outra: a Constituição permite este tratamento diferenciado no caso específico? Ele não ofende os artigos 5º, inciso I, e 60, parágrafo 4º, da CF/88? Quem quiser saber mais, leia, de minha autoria, “Conhecendo a Inconstitucionalidade da Lei de Violência Doméstica”, e, principalmente,“ Violência Doméstica, Constitucionalização Hermenêutica e Aplicação do CPC”, sendo que, neste último, apontei a solução simples, seja com alteração do texto ou mediante interpretação conforme a Constituição e sem redução de texto, que constitucionalizaria a lei. Aí, restaria somente o problema da falta de estrutura de apoio para dar boa aplicação à lei, outra questão desconhecida da população em geral, que não sabe que, hoje, as medidas acabam em sua maioria por se transformar em exortações vazias e inócuas diante da falta de uma estrutura executiva que lhes dê efetividade.
ConJur — O fato de não aplicar esta lei ‘‘colaborou’’ para que a sociedade o rotulasse de machista’?
Marcelo Mezzomo — Bem, só me rotulou assim quem, infringindo a primeira coisa que se aprende em uma faculdade de Direito e que o mínimo bom senso recomenda, passou a falar, precipitadamente, da questão e da minha posição sem nem ao menos conhecer os seus fundamentos. Não se fala daquilo que não se conhece, e se deve sempre procurar buscar os dois lados de uma questão. Esta a regra básica do bom senso e primeiro ensinamento da faculdade de Direito. Audiatur et altera pars (ouça-se também a outra parte), já diziam os romanos. Quem me rotulou de machista agiu de forma atabalhoada e precipitada, falando do que não tinha conhecimento. Os fundamentos de minhas decisões, os quais podem ser vistos nos dois artigos acima mencionados, antes de veicularem qualquer machismo, são uma exaltação à igualdade de direitos. Preconizam uma sociedade de cidadãos, sem distinção, salvo quando a Constituição assim o autorize. E o fato de ser uma posição isolada não subtrai sustentação aos argumentos que utilizei. Recordo que Copérnico, Kepler e Galileo também foram minoria quando diziam que a terra rotacionava em torno do sol. Às vezes, a tese minoritária revela uma abordagem inovadora, mas correta. E tanto há fundamento no argumento da inconstitucionalidade que há ação no Supremo tratando do tema. As pessoas precisam começar a analisar as questões com mais atenção, profundidade e, principalmente, conhecimento de todos os aspectos daquilo sobre o que se põem a falar — e sempre lembrando que nas brechas constitucionais está a semente do totalitarismo e da opressão. Isso a história ensina com pródigos exemplos.
Marcelo Mezzomo — Bem, só me rotulou assim quem, infringindo a primeira coisa que se aprende em uma faculdade de Direito e que o mínimo bom senso recomenda, passou a falar, precipitadamente, da questão e da minha posição sem nem ao menos conhecer os seus fundamentos. Não se fala daquilo que não se conhece, e se deve sempre procurar buscar os dois lados de uma questão. Esta a regra básica do bom senso e primeiro ensinamento da faculdade de Direito. Audiatur et altera pars (ouça-se também a outra parte), já diziam os romanos. Quem me rotulou de machista agiu de forma atabalhoada e precipitada, falando do que não tinha conhecimento. Os fundamentos de minhas decisões, os quais podem ser vistos nos dois artigos acima mencionados, antes de veicularem qualquer machismo, são uma exaltação à igualdade de direitos. Preconizam uma sociedade de cidadãos, sem distinção, salvo quando a Constituição assim o autorize. E o fato de ser uma posição isolada não subtrai sustentação aos argumentos que utilizei. Recordo que Copérnico, Kepler e Galileo também foram minoria quando diziam que a terra rotacionava em torno do sol. Às vezes, a tese minoritária revela uma abordagem inovadora, mas correta. E tanto há fundamento no argumento da inconstitucionalidade que há ação no Supremo tratando do tema. As pessoas precisam começar a analisar as questões com mais atenção, profundidade e, principalmente, conhecimento de todos os aspectos daquilo sobre o que se põem a falar — e sempre lembrando que nas brechas constitucionais está a semente do totalitarismo e da opressão. Isso a história ensina com pródigos exemplos.
ConJur — O que senhor pensa da ampliação dos direitos das mulheres?
Marcelo Mezzomo — Mas eles não são iguais aos dos homens? Se ainda não são, há algo de errado, pois homens e mulheres são iguais, são cidadãos. Não é questão de ampliar, mas sim de assegurar que sejam os mesmos na lei e na prática, salvo naquilo em que a Constituição permitir (com seu texto de 1988, não outro posterior) tratamento diferenciado. Disse nas minhas decisões e artigos e aqui repito: para mim, as mulheres não ficam a dever nada para os homens em nenhuma função. Mesmo a compleição física, que em regra privilegia os homens, que seriam mais fortes e mais aptos a algumas funções com exigência física, hoje pouca ou nenhuma importância tem. Quem já viu, por exemplo, em um canavial, as mulheres, ombro a ombro com os homens no trabalho, tem esta constatação clara. As mulheres são metade da força de trabalho do país e chefes de muitos lares. Temos de começar a ver cidadãos e não sexos. Prestigiar inteligência, caráter e competência, sem distinção de sexo. O protecionismo, sobretudo o inconstitucional, antes de ajudar, só fomenta o machismo.
Marcelo Mezzomo — Mas eles não são iguais aos dos homens? Se ainda não são, há algo de errado, pois homens e mulheres são iguais, são cidadãos. Não é questão de ampliar, mas sim de assegurar que sejam os mesmos na lei e na prática, salvo naquilo em que a Constituição permitir (com seu texto de 1988, não outro posterior) tratamento diferenciado. Disse nas minhas decisões e artigos e aqui repito: para mim, as mulheres não ficam a dever nada para os homens em nenhuma função. Mesmo a compleição física, que em regra privilegia os homens, que seriam mais fortes e mais aptos a algumas funções com exigência física, hoje pouca ou nenhuma importância tem. Quem já viu, por exemplo, em um canavial, as mulheres, ombro a ombro com os homens no trabalho, tem esta constatação clara. As mulheres são metade da força de trabalho do país e chefes de muitos lares. Temos de começar a ver cidadãos e não sexos. Prestigiar inteligência, caráter e competência, sem distinção de sexo. O protecionismo, sobretudo o inconstitucional, antes de ajudar, só fomenta o machismo.
ConJur — A propósito: como deve atuar um juiz quando se convence que a lei que aplica é inconstitucional?
Marcelo Mezzomo — Deve declará-la inconstitucional incidentalmente no processo e deixar de aplicar o texto por este motivo. Tratei do tema no artigo “Introdução ao Controle de Constitucionalidade, Difuso e Concentrado”, de livre acesso na internet. Deve decidir com coragem moral e de acordo com sua consciência, convicção e argumentos, mesmo sabendo que vai desagradar muitos e arrostar a crítica (muitas vezes, destituída de fundamento, conhecimento e precipitada), o escárnio e a incompreensão.
Marcelo Mezzomo — Deve declará-la inconstitucional incidentalmente no processo e deixar de aplicar o texto por este motivo. Tratei do tema no artigo “Introdução ao Controle de Constitucionalidade, Difuso e Concentrado”, de livre acesso na internet. Deve decidir com coragem moral e de acordo com sua consciência, convicção e argumentos, mesmo sabendo que vai desagradar muitos e arrostar a crítica (muitas vezes, destituída de fundamento, conhecimento e precipitada), o escárnio e a incompreensão.
ConJur — Que doutrinadores o senhor segue?
Marcelo Mezzomo
ConJur — O senhor se alinha à Justiça Alternativa ou alguma corrente jurídica?
Marcelo Mezzomo — Não. A Justiça deve ser buscada caso a caso, com suas peculiaridades. Mas acho que o poder de interpretação não pode chagar ao ponto de alterar a essência do texto legal. Quem faz a lei é o legislador, não o julgador.
Marcelo Mezzomo — Não. A Justiça deve ser buscada caso a caso, com suas peculiaridades. Mas acho que o poder de interpretação não pode chagar ao ponto de alterar a essência do texto legal. Quem faz a lei é o legislador, não o julgador.
ConJur — O que pretende fazer daqui para frente?
Marcelo Mezzomo — Vou advogar, quero lecionar, o que acho ser minha grande vocação, e vou escrever. Já tenho mais de 80 trabalhos doutrinários jurídicos publicados em mídia eletrônica e impressa e vou continuar a escrever sobre Direito e outros temas. Agora mesmo, estou trabalhando em um livro de ficção que buscará apresentar algumas das teorias da vanguarda da ciência de forma acessível ao público leigo, permeando estas tratativas com uma narrativa bastante criativa. Também quero, na medida do possível, dar continuidade às palestras que realizei em Erechim (RS) sobre cidadania, direitos, obrigações, drogas, criminalidade etc. Como dizia, quando as findava: se eu conseguir trazer algo de positivo para uma pessoa que seja, o trabalho já vale o esforço.
— Não sigo doutrinadores. Eu faço minha doutrina. Mas confesso que, quando era estudante, tinha especial predileção pela métrica intricada e quase matemática dos textos de Pontes de Miranda, que, como eu, era apreciador da Matemática, da Física, da História e, principalmente, da precisão.
Marcelo Mezzomo — Vou advogar, quero lecionar, o que acho ser minha grande vocação, e vou escrever. Já tenho mais de 80 trabalhos doutrinários jurídicos publicados em mídia eletrônica e impressa e vou continuar a escrever sobre Direito e outros temas. Agora mesmo, estou trabalhando em um livro de ficção que buscará apresentar algumas das teorias da vanguarda da ciência de forma acessível ao público leigo, permeando estas tratativas com uma narrativa bastante criativa. Também quero, na medida do possível, dar continuidade às palestras que realizei em Erechim (RS) sobre cidadania, direitos, obrigações, drogas, criminalidade etc. Como dizia, quando as findava: se eu conseguir trazer algo de positivo para uma pessoa que seja, o trabalho já vale o esforço.
João Leão é o novo secretário da Casa Civil do prefeito João Henrique
O anúncio foi feito nesta terça pelo prefeito durante uma reunião com uma equipe de funcionários
O deputado federal João Leão (PP) deve ser o novo secretário da Casa Civil do prefeito João Henrique, recém ingressado no PP. O anúncio foi feito nesta terça-feira (22) de maneira informal pelo prefeito durante uma reunião com uma equipe de funcionários.
João Leão, que é um dos caciques do PP, foi o principal articulador, junto com o ministro Mário Negromonte (Cidades), do ingresso de João Henrique no Partido Progressista, o que está marcado para acontecer no próximo dia 12 de março.
João Leão, que é um dos caciques do PP, foi o principal articulador, junto com o ministro Mário Negromonte (Cidades), do ingresso de João Henrique no Partido Progressista, o que está marcado para acontecer no próximo dia 12 de março.
O prefeito João Henrique deu a entender que está felicíssimo com a escolha. Com a ida de Leão para a secretaria, assume o mandato de deputado federal em seu lugar João da Pesca, do próprio PP, ligado ao ministro e a Leão.
NOVA TENTATIVA DE VENDER O SANTA ISABEL
Pela “enésima” vez, o Hospital Santa Isabel, de Ilhéus, será levado a leilão. A nova tentativa acontece nesta terça-feira, 22, às 9 horas, na sede do TRT em Itabuna.
O lance mínimo para arrematar o Santa Isabel foi estabelecido em 3 milhões de reais. De acordo com o advogado Davi Pedreira, do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Itabuna e Região, o valor não dá sequer para cobrir o passivo trabalhista, estimado entre 4 e 5 milhões de reais.
O imóvel onde funcionou o Santa Isabel é avaliado em quatro vezes o valor do lance mínimo. Possui três andares e uma área de 3.048 metros quadrados.
Dizem por ai que o Dr. Renan Moreira morre de vontade de comprar este Hospital, só que, haveria um pequeno problema, ele não teria como explicar de onde saiu o dinheiro para compra do Hospital.
Como ninguém mais está querendo servir de laranja para o Provedor como a Professora Ana Teresa, Professora em Salvador e uma das sócias da TRRR, ou como aquele Rapaz que arrematou o escritótio do Messias em Ferradas para o Dr. Renan e passando logo em seguida para o filho do provedor Rafael Vieira Borges Moreira.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Ação questiona os R$ 6,4 milhões pagos pelo Rio para Roberto Carlos
Uma ação popular que tramita na Justiça do Rio quer de volta aos cofres da cidade os R$ 6,4 milhões pagos pela prefeitura à empresa de Roberto Carlos por seu show no Natal, em Copacabana.
O show foi transmitido pela Globo, mas a emissora não participou das despesas.
Na ação, o advogado Marcelo Tavares, 42, argumenta que um show semelhante, de 2008, na praia de Iracema, em Fortaleza, custou à prefeitura local R$ 1,34 milhão. O empresário de Roberto Carlos, Dody Sirena, diz que não há nenhum problema jurídico no valor pago. De acordo com ele, o cachê do cantor varia de acordo com o retorno esperado. "O preço de um artista não é tabelado como um sapato ou um carro."
Sirena diz que um show transmitido pela televisão pode custar até três vezes mais que um convencional.
Ele afirma ainda que uma outra apresentação do cantor aberta ao público, em 2009, em Florianópolis, que não foi transmitida, custou mais caro que a de Copacabana --mas não revelou quanto. A Prefeitura de Florianópolis disse que, por questões contratuais, não poderia informar quanto pagou. O secretário de Turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira de Mello, diz que cada artista estabelece seu preço e que, neste caso, a cidade ganhou mais que o desembolsado. De acordo com ele, a taxa de ocupação hoteleira, que nesta época costuma ficar em 50%, subiu para 70%. E o movimento turístico no Réveillon também foi maior. "Quando fazemos um show na praia é para vender a cidade. E a divulgação pela Globo ajudou muito isso", diz. Rafael Andrade/Folhapress
O cantor Roberto Carlos durante a apresentação transmitida pela Globo da praia de Copacabana, zona sul do Rio |
Para o advogado que entrou com a ação, porém, a Rede Globo se beneficiou com a transmissão. "O município deveria ter feito uma concorrência para ver qual emissora ofereceria mais vantagens."
A prefeitura não conseguiu nenhum patrocinador para o evento. Já a Globo vendeu quatro cotas de patrocínio. O valor de tabela de cada cota é de R$ 1,2 milhão. De acordo com a Central Globo de Comunicação, a emissora mantém um contrato com o cantor que prevê um show anual com transmissão exclusiva.
"O show já estava pago ao Roberto por conta disso. E, pelo mesmo contrato, Roberto não pode ceder sua imagem a nenhuma TV", informou a assessoria. A emissora não revela valores
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