A TARDE
Cumprindo decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Feira de Santana, oficiais de justiça, prepostos da Caixa Econômica Federal (CEF), com apoio da Prefeitura do município baiano de Feira de Santana (a 108km de Salvador) e Polícia Militar, realizaram nesta terça-feira (22) uma ação de reintegração de posse e interdição de imóveis em dois condomínios residenciais do Programa “Minha Casa, Minha Vida” instalados no bairro Aviário.

Várias famílias foram retiradas de apartamentos do condomínio Vida Nova I e II e Residencial Acquárius, que haviam sido invadidos há cerca de três meses. Os apartamentos invadidos estavam desocupados, uma vez que seus proprietários não ocuparam os imóveis no prazo estabelecido pela CEF, o que facilitou o acesso das famílias vindas de bairros vizinhos. “O contrato prevê que o beneficiário ocupe o imóvel no prazo de 30 dias, caso isto não ocorra, os contratos são reincididos e a secretaria informa para a Caixa a relação dos novos sorteados para ocupar as moradias”, informou o Secretário Municipal de Habitação, Gilberto Rui.
Ele disse ainda que inicialmente mais de 60 imóveis haviam sido ocupados nos condomínios, mas apenas 26 continuavam invadidos no momento da reintegração. “O restante aceitou a negociação com prepostos da Caixa e saíram por conta própria”, destacou. Embora a reintegração tenha contado com policiais militares, ela ocorreu de forma pacifica e não houve resistência por parte das famílias retiradas.
A prefeitura disponibilizou veículos para levar as famílias e seus pertences para casas de amigos ou parentes, já que não há casas do município disponíveis para abrigá-los. “Temos uma equipe de assistentes sociais e conselheiros tutelares que estão ajudando na ação, além de estarem dando os encaminhamentos necessários para alguns casos”, disse.

Alegando não ter imóvel próprio e falta de condições de pagar aluguel, algumas famílias estavam transtornadas com a retirada dos apartamentos. Milena Porto Tavares, que morava com duas filhas menores em um dos imóveis invadidos, conta que estava desempregada e que a única renda era R$$ 134,00 que recebe do Bolsa Família, o que não dava para pagar o aluguel. “Eu não tenho para onde ir, eu vim de Salvador e agora para onde vou com minhas filhas que neste momento estão na escola? Será que vou ter que ir morar embaixo de uma ponte? Se os donos desses apartamentos precisassem, eles estariam morando aqui”, relatou, em desespero. A reintegração de posse foi determinada pelo juiz federal Durval Carneiro Neto titular da 2ª Vara da Justiça Federal em Feira de Santana, atendendo à ação da Caixa Econômica Federal.